"Salamandra", de Alex Carvalho, estreia em competição na 45ª Mostra de São Paulo

"Salamandra", primeiro trabalho do diretor Alex Carvalho, estreia na competição de Novos Diretores na 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo com três exibições presenciais em diferentes salas de cinema. No dia 24 de outubro, às 20h20, no Petra Belas Artes; no dia 27, às 14h, no Espaço Itaú de Cinema – augusta; e no dia 1º de novembro, às 16h20, no Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca. 

A coprodução entre Brasil, França e Alemanha é protagonizada pela francesa Marina Föis no papel de Catherine e Maicon Rodrigues, que dá vida ao jovem Gilberto. O longa foi rodado inteiramente no Recife e conta com a coprodução de Canal Brasil e Telecine. O filme será lançado no Brasil pela Pandora Filmes.

"Acho super importante fazer parte desse momento de resistência da cultura brasileira. É uma honra estrear 'Salamandra' no Brasil ao lado de filmes tão plurais e diversos, nesse importantíssimo recorte que a Mostra faz do cinema contemporâneo internacional", comemora Carvalho. 

Baseado no romance do médico e escritor francês Jean-Christophe Rufin, que foi adido cultural do Consulado Geral da França em Recife de 1989 a 1990, o longa-metragem apresenta a história de Catherine, que lida com diversos questionamentos emocionais e busca experimentar a vida no Brasil, mais especificamente em Recife, onde vive sua irmã. Em uma tarde na praia, conhece Gil, com quem cria uma relação improvável e que se torna o fio condutor nessa narrativa de busca de si mesmo e de novas perspectivas. "A relação entre Catherine e Gilberto me parece necessária em tempos de tanta instabilidade e falta de compreensão. Passada em minha cidade natal, a fábula joga com a tensão do legado colonial e a mistura entre culturas. A experiência de Catherine pode ser extrema em sua violência e irrevogabilidade, mas em seu cerne estão questões de identidade que muitos acharão desconfortavelmente familiares", comenta o diretor. 

Segundo Rufin, a adaptação do texto para o filme é uma honra e ele se sente lisonjeado com o resultado: "Estou extremamente feliz com a adaptação do meu romance. Parabéns, da minha parte ao Alex e a toda equipe. A performance de Marina Föis é excepcional. A estética do filme e sua escrita são fortes e comoventes. Mil bravos". 

Com barreiras culturais e linguísticas, o filme nos faz questionar o quanto somos, de fato, escutados e compreendidos quando nos comunicamos. Nessa relação entre uma francesa de meia-idade e um brasileiro de vinte e poucos, que quase nada se entendem oralmente, o sentimento e os pilares são construídos através dos gestos e detalhes que contam muito mais sobre eles do que as palavras. Ao transcender as tantas diferenças existentes, eles se aventuram pela paixão, tateando o novo.

O roteiro é assinado pelo próprio diretor, com a colaboração de Alix Delaporte, Thomas Bidegain, Nelson Caldas Filho e Rita Toledo. O time criativo inclui ainda a fotógrafa canadense Josée Deshaies ("A questão humana"), a montadora Joana Collier e a diretora de arte Juliana Lobo ("Que horas ela volta?", "Todos os mortos"). O elenco conta também com os brasileiros Bruno Garcia ("De Pernas pro ar", "Cleópatra") e Allan Souza Lima ("Aquarius", e da novela "Órfãos da Terra"), além da francesa Anna Mouglalis ("Mamute", "Novo" e "L'Événement", vencedor do Leão de Ouro em Veneza).

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