MPF quer ação para investigar improbidade administrativa do Secretário de Comunicação da Presidência

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF), enviou nesta quinta-feira, 21, à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no DF uma representação para o ajuizamento de ação civil pública (ACP) solicitando a investigação do secretário de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten por possível improbidade administrativa. O MPF também quer garantir maior transparência e publicidade dos gastos realizados pelo governo federal com campanhas publicitárias. A procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat e procurador da República Gabriel Pimenta, integrante do Grupo de Trabalho da PFDC sobre Comunicação Social assinam a representação.

O documento do MPF pede que a Secretaria de Comunicação da Presidência da República adote medidas mais transparentes na seleção de anunciantes para a veiculação oficial, não levando em consideração afinidades ideológicas. Também é requisitado que o órgão seja impedido de realizar declarações, por meio de seus agentes, que caracterizem censura indireta, inclusive ameaças de restrições na concessão de autorizações públicas e convocação de boicotes.

A Procuradoria defende, ainda no documento, a adoção de medidas judiciais para assegurar que o governo federal crie site na internet para divulgar os gastos com publicidade oficial, de modo a concentrar as informações de todos os gastos da administração direta e indireta, abrangendo todas as etapas da despesa e no momento de sua realização. O pedido é para que a medida seja aplicada, inclusive, quanto à decisão de veicular determinada campanha e a distribuição da publicidade entre os veículos de mídia e o valor destinado a cada um – com sua fundamentação, com detalhes sobre cada órgão e ente público, bem como informações consolidadas sobre os valores pagos a cada fornecedor. 

Na representação é apontado que recentemente foi preciso que profissionais da imprensa impetrassem o Mandado de Segurança nº 16.903 perante o Superior Tribunal de Justiça para obter informações sobre os valores gastos pelos órgãos da Administração Pública federal com publicidade, discriminados por veículo de comunicação.

Na decisão, o STJ determinou o fornecimento das informações, ressaltando a ausência de respaldo jurídico na negativa. No entanto, mesmo após a decisão, não se viu uma ampliação da transparência dos gastos públicos com publicidade e propaganda. "O Poder Executivo federal continua se negando a fornecer amplamente informações sobre gastos com publicidade".

A PFDC também destaca que a divulgação dos recursos destinados à publicidade do Executivo federal é feita de forma dispersa, nos endereços eletrônicos dos diversos ministérios, secretarias, autarquias e empresas estatais – o que dificulta sobremaneira o conhecimento dos destinatários desses recursos públicos. 

"Se a imprensa especializada e o Tribunal de Contas da União enfrentam enormes dificuldades para apurar a aplicação desses recursos, seu conhecimento pelo cidadão comum é praticamente impossível", aponta o texto ao referenciar procedimento existente no âmbito do TCU para apurar irregularidades na distribuição da publicidade oficial do governo. Uma cópia da representação foi, inclusive, enviada ao tribunal.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui