Entidades do audiovisual assinaram uma “carta pelo setor audiovisual paulistano” destinada a Ricardo Nunes, prefeito da cidade de São Paulo, e Lyara Oliveira, presidente da Spcine. No texto, elas pedem que o prefeito, em seu novo mandato, priorize o diálogo com as entidades e mantenha à frente da Spcine pessoas comprometidas com a continuidade e aprimoramento do atual projeto de gestão.
O material relembra que desde o início das suas atividades, em 2015, a Spcine prima por uma gestão institucional dedicada ao contínuo desenvolvimento da indústria audiovisual paulistana. Apesar dos cortes orçamentários impostos pelo executivo municipal e dos efeitos da pandemia no setor, as últimas gestões da Spcine conquistaram avanços. “É fundamental que haja olhar estratégico para aprofundar e aprimorar as políticas de um setor que enfrenta grandes desafios”, defendem.
As entidades afirmam que um dos deveres do poder público é trabalhar pela igualdade de oportunidades – papel que a atual gestão da Spcine se propôs a executar por meio de suas políticas afirmativas. “Novas tecnologias aliadas a políticas públicas de inclusão social deram voz a quem era, historicamente, excluído do cenário da produção artística”, analisam. Nesse sentido, elas reforçam que expandir a produção audiovisual nas regiões de menor IDH colabora com o anseio de prosperidade dos seus moradores, e que essas produções beneficiam, direta e indiretamente, a economia local com comércio, serviços, alimentação e transporte, entre outras áreas.
Leia a carta na íntegra:
“As entidades que subscrevem essa carta cumprimentam o Prefeito Ricardo Nunes pela vitória na eleição de 2024 e se colocam à disposição para colaborar com as mais virtuosas políticas públicas em prol do Audiovisual paulistano.
As entidades também parabenizam a Presidente da Spcine Lyara Oliveira e sua equipe pela condução da empresa esse ano, principalmente pela expansão do Circuito Spcine, levando ainda mais salas de cinema de qualidade aos moradores de bairros periféricos.
Solicitamos, portanto, que o Prefeito, em seu novo mandato, priorize o diálogo com as entidades do audiovisual e mantenha à frente da Spcine pessoas comprometidas com a continuidade e aprimoramento do atual projeto de gestão.
O audiovisual é um setor estratégico, de baixo impacto ambiental e enorme retorno em receitas, empregos e circulação de capital. Uma produção audiovisual é uma construção coletiva que emprega centenas de pessoas com diversidade de perfis profissionais, que vão de contadores a motoristas, de atrizes a marceneiros, músicos a cozinheiros e tantas outras funções, produtos e serviços. Além disso, as produções audiovisuais de São Paulo têm papel central na identidade de nossa cidade e seus habitantes.
Nossas obras viajam o globo e atraem olhares e dividendos. Uma recente pesquisa da FIPE, encomendada pela Spcine, traz o seguinte dado: “A atividade audiovisual no município de São Paulo tem um multiplicador de 4,89. Assim, o incremento de 1 emprego (ocupação) no setor audiovisual paulistano irá criar outras 4,89 ocupações (soma dos efeitos inicial, direto, indireto e induzido)”. Daí a relevância, para o município, de políticas de investimento robustas e perenes no fomento à produção, formação, difusão de obras, preservação de acervo e realização de eventos do setor.
Desde o início das suas atividades, em 2015, a Spcine prima por uma gestão institucional dedicada ao contínuo desenvolvimento da indústria audiovisual paulistana. Apesar dos cortes orçamentários impostos pelo executivo municipal e dos efeitos da pandemia no setor, as últimas gestões da Spcine conquistaram importantes avanços. É fundamental que haja olhar estratégico para aprofundar e aprimorar as políticas de um setor que enfrenta grandes desafios.
Um dos deveres do poder público é trabalhar pela igualdade de oportunidades, papel que a atual gestão da Spcine se propôs a executar por meio de suas políticas afirmativas. Novas tecnologias aliadas a políticas públicas de inclusão social deram voz a quem era, historicamente, excluído do cenário da produção artística.
Expandir a produção audiovisual nas regiões de menor IDH colabora com o anseio de prosperidade dos seus moradores. Produções beneficiam, direta e indiretamente, a economia local: comércio, serviços, alimentação, transporte etc.
Assim sendo, é imperativo reconhecer os ganhos econômicos e culturais resultantes do fomento a um audiovisual plural dentro e fora das telas, considerando a diversidade nos modos de produção, de seus agentes econômicos e em suas expressões estéticas. Além de proporcionar oportunidades, inclusão e mobilidade social, as políticas afirmativas contribuem com o espírito empreendedor do paulistano.
As entidades que subscrevem esta carta representam majoritariamente o setor audiovisual paulistano. Somos associações de classe organizadas, sempre engajadas em contribuir com a formulação de políticas públicas, o que incluiu a criação da Spcine, que consideramos uma conquista do setor.
Seguimos comprometidos com o pleno desenvolvimento da nossa cidade a partir desta imprescindível atividade econômica e cultural, o audiovisual, e disponíveis para construir coletivamente propostas consistentes para uma melhor atuação da Spcine e da Prefeitura de São Paulo”.
Assinam a carta as seguintes entidades:
ABD – Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas
ABRA – Associação Brasileira de Autores Roteiristas
AMC – Associação dos Montadores de Cinema
ANDAI – Associação das Distribuidoras Audiovisuais Independentes
APACI – Associação Paulista de Cineastas
APAN – Associação de Produtoras Independentes do Audiovisual Negro
API – Associação das Produtoras Independentes do Audiovisual Brasileiro
APTA – Associação de Profissionais Trans do Audiovisual
EDT – Associação de Profissionais de Edição Audiovisual
Fórum De Festivais
PAVIC – Pesquisadores de Audiovisual, Iconografia e Conteúdo