Oi: venda do DTH levará a foco maior no IPTV e streaming

Oi ainda não fechou negócio da venda da operação de TV por assinatura via satélite (DTH) para a Sky, e por enquanto trata o assunto como "interesse de desinvestimento", ou seja, ainda não é uma oferta vinculante. Mas a operadora já vislumbra a estratégia que terá nesta nova fase após a grande reformulação na Nova Oi: foco na banda larga, com o conteúdo servindo justamente como forma de diferenciação e atratividade. 

O foco principal é se desfazer da operação com satélite, focando apenas na infraestrutura fixa. Pelo menos nos termos atuais. "Desinvestir a operação de DTH sempre foi a intenção da companhia, dada a dificuldade de crescimento do negócio e de geração de caixa pelos custos envolvidos", afirma o diretor de consumer da Oi, Roberto Guenzburger, durante o Brasil Streaming Digital, evento organizado por Tela Viva e TELETIME e que acontece nesta segunda-feira, 23. 

Levando em consideração que a companhia está em processo de recuperação judicial, tendo vendido toda a operação móvel e o controle da infraestrutura de rede, a "intenção de desinvestimento" da TV por satélite é um passo natural para a Oi. Guenzburger destaca que é um "desinvestimento localizado no DTH". Ao final do ano passado, a operadora detinha 965 mil contratos nesta tecnologia.

Demanda para a fibra

A explicação é que a Oi já foca na fibra até a residência (FTTH), e para vender o produto, precisa adicionar valor para competir pelo cliente para além da capacidade pura. "Além de crescer no FTTH, porque temos que basicamente dobrar nossa planta de clientes e HPs nos próximos três anos, a gente tem que buscar se tornar um player que oferece soluções digitais para o cliente. e o conteúdo é fundamental."

Assim, a estratégia da tele é a de oferecer um "cardápio completo de OTTs", funcionando como agregadora de conteúdo. E nisso apresentar soluções de vídeo on-demand e streaming, com oferta própria ou de terceiros. "Estamos falando com todos os players para empacotar e oferecer, como 'add-ons', transações e compra", diz Guenzburger. São soluções em parceria e com marca própria. "Estamos trabalhando, através de inovações que estamos desenvolvendo internamente, a oferta para acessar o conteúdo de maneira contextualizada, em uma plataforma de serviços que, de fato, entreguem valor", declara. "Temos capacidade de oferecer aos players de conteúdo um custo de distribuição mais barato e eficiente, e ao mesmo tempo oferecer mais conteúdo relevante aos nossos clientes."

O diretor lembra, contudo, que o IPTV continua presente na Oi. "Na prática, não fizemos desinvestimento em IPTV, vamos continuar operando com a plataforma". A proposta com a Sky é de um compartilhamento de receitas. Roberto Guenzburguer, no entanto, não mencionou como ficará a operação da base de pré-pago DTH, que não está incluída nos planos do desinvestimento divulgados ao mercado.

Oi Play

A operadora continua a apostar no streaming, ainda que a oferta do Oi Play tenha recebido menos foco até então. "O produto existe, tem crescimento forte, e é acessível porque vem embarcado na banda larga e tem conteúdo on-demand e ao vivo. Em ambos, observamos crescimento muito forte, já crescemos 80% e ultrapassou a marca de 2 milhões de clientes." 

Guenzburger mencionou que há atualmente uma preferência do consumidor de utilizar o aplicativo em dispositivo próprio, como smartphone ou a própria smart TV – o produto está disponível para televisores da Samsung e LG, cada um com seu sistema operacional. Apesar das ambições da companhia, o diretor diz que não enxerga uma plataforma única se sobressaindo como agregadora, citando o declínio de base recente da Netflix.

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