O serviço de TV linear por streaming traz lados positivos, especialmente pela redução da carga regulatória com o entendimento da Anatel de que não se trata de serviço de acesso condicionado (SeAC), a TV por assinatura. A forma de oferta de conteúdo de forma passiva (em relação ao vídeo on-demand) ao cliente ainda é importante, especialmente com a fragmentação do mercado over-the-top. Agora, as operadoras buscam equilíbrio entre esses produtos, conforme exposto no primeiro painel do Brasil Streaming Digital nesta segunda-feira, 23.
A DirecTV (controlada pela Vrio, que também é dona da Sky Brasil), trabalha com TV linear por streaming do DirecTV Go desde 2020 no Brasil, e agora foca na parceria com provedores de Internet (ISPs) para expandir o alcance da plataforma. Atualmente são "quase dez" empresas já integradas. "O ticket de entrada da TV é pesado, então começamos a nos posicionar como melhor parceiro de ISPs, com plataforma estável e que funciona muito bem com a banda larga nova", declara o CMO da companhia, Gustavo Fonseca, referindo-se à fibra óptica. "Vamos explodir nos próximos meses", diz, citando parcerias como a que a operadora tem com a Algar.
Fonseca acredita que a migração das parabólicas da banda C para a Ku é uma "jabuticaba", um problema tipicamente brasileiro. Há players enxergando potencial, inclusive a operadora de DTH. "A Sky está se posicionando forte nesse assunto", coloca. Mas, em um futuro próximo, ele enxerga haver uma convergência da área de cobertura do satélite com a fibra. "A penetração da banda larga fixa vai continuar crescendo no Brasil, e em algum momento a a infraestrutura vai se solapar no mercado", coloca. "A falta de banda larga fixa é uma questão temporária. Não vai demorar muito. Tem muito capital disponível."