Heitor Augusto é o primeiro brasileiro a integrar a curadoria do Blackstar Film Festival

Curador e pesquisador de cinema, Heitor Augusto é o primeiro profissional brasileiro a integrar a curadoria do BlackStar Film Festival, que acontece entre os dias 3  e 7 de agosto deste ano, em formato híbrido. O evento cinematográfico da Filadélfia, nos Estados Unidos, celebra anualmente narrativas da diáspora africana e comunidades globais não-brancas, por meio de filmes, painéis, debates e festas.  

Para a edição deste ano, Augusto empresta sua experiência em curadoria, pesquisa, crítica e formação para compor o grupo de programadores de curtas-metragens desta 11ª edição do BlackStar Film Festival, que também conta com profissionais dos Estados Unidos, México, Egito e Canadá, entre outros, para a seleção de títulos espalhado por cerca de dez programas. 

Entre os destaques brasileiros do formato na programação encontram-se "Meus santos saúdam teus santos", de Rodrigo Antônio, e "Manhã de Domingo", de Bruno Ribeiro. Já "Sub Eleven Seconds", de Bafici; "Losing Joy", de Juliana Kasumu; e "Still Waters", de Aurora Brachman, estão entre as principais atrações internacionais. 

"Contribuir com a construção da curadoria do BlackStar foi uma experiência genuína de partilha e um real intercâmbio de experiências. O trânsito de perspectivas me alegra: um profissional do Sul Global trabalhando para um evento do Norte Global que, por sua vez, está comprometido com narrativas racializadas de todo o mundo. Encerrado o processo de seleção, agora estou animado para conversar com o público da Filadélfia sobre os filmes", declara Augusto.

Com 15 anos de carreira no cinema, ele integrou o júri de diversos festivais e prêmios, entre os quais se destacam o Teddy Award da 70ª Berlinale (2020), e fez parte do Advisory Board (Conselho Consultivo) do William Greaves Fund – Firelight Media (2021). Augusto foi ainda curador do A Two-Way Conversation: Bridging Black Brazilian and Black American Experimental Films (Highball.TV, 2022) e colaborou com ensaios para catálogos de diversas mostras e revistas acadêmicas internacionais, como a Journal of Cinema and Media Studies, coordenada pela Society for Cinema and Media Studies, nos Estados Unidos. É também membro do Programmers of Colour Collective (POC2), rede internacional de curadores não-brancos que atuam no cinema. Augusto é ainda programador-chefe e cofundador do NICHO 54, instituto que atua no fomento à presença negra no audiovisual brasileiro desde 2019. Além de contribuir no delineamento da atuação da organização, ele é também o curador da mostra de filmes do NICHO Novembro, festival anual do instituto.

As principais vertentes que informam a prática curatorial, crítica e de pesquisa de Augusto são interlocução entre as diásporas negras a partir da experiência brasileira; formas complexas de espectatorialidade racializada; questionamento do binarismo positivo-negativo na apreciação de obras pretas; criação de comunidade; redesenho da história do cinema; e reconstrução do imaginário ao redor das vidas negras.  

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui