Cinema brasileiro registra crescimento de público e renda

(Foto: Pixabay)

Em comemoração ao Dia do Cinema Brasileiro, celebrado no último dia 19 de junho, um estudo da Ancine revelou um cenário de forte recuperação e crescimento para o setor audiovisual no país. Dados de 2024 e 2025 indicam um aumento expressivo no público, na renda e no número de salas, posicionando o Brasil com destaque no mercado mundial. O dia 19 de junho marca a data em que Affonso Segretto realizou as primeiras imagens em movimento no Brasil, em 1898.

Segundo o Relatório Focus 2025, o Brasil registrou, em 2024, o segundo maior crescimento de público em cinemas entre 21 países analisados, alcançando 70% do patamar pré-pandemia de 2019. O índice supera a média global, que foi de 67,7%, e mercados como os Estados Unidos (62,2%) e o México (60,9%). A tendência de alta se manteve em 2025, com indicadores ainda mais robustos.

Dados do Painel Indicadores do Mercado de Exibição da Ancine mostram que, em 2025, o público total das salas de cinema apresentou um crescimento de 26,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, sucedendo uma alta de 9,8% registrada em 2024. A renda total do setor já ultrapassou R$ 1 bilhão neste ano, o que representa um aumento real de 22,2%, descontada a inflação, e um crescimento nominal de 31,4% na comparação com 2024.

As produções nacionais foram protagonistas nesse avanço. Em 2024, os filmes brasileiros tiveram um crescimento de público de 241%, elevando sua participação de mercado para 10,1%, ante os 3,2% de 2023. Em 2025, até a 23ª semana cinematográfica, encerrada em 11 de junho, a fatia do cinema nacional no público chegou a 16,5%, com 8,7 milhões de espectadores e uma arrecadação de R$ 166 milhões. Para comparação, a renda de todo o ano de 2023 foi de R$ 67 milhões. Até 11 de junho, a arrecadação do cinema brasileiro representou um crescimento real de 16,6% e nominal de 24,8% sobre o mesmo período do ano passado.

O bom desempenho foi impulsionado por sucessos de bilheteria como "Ainda Estou Aqui", que ultrapassou 5,7 milhões de espectadores, e "Auto da Compadecida 2", com 4,3 milhões. Lançamentos recentes como "Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa" (979 mil), "Vitória" (711 mil) e "Homem com H" (599 mil) também contribuíram. O reconhecimento internacional veio com premiações para "Ainda Estou Aqui", vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional, "O Agente Secreto", no Festival de Cannes, e "O Último Azul", no Festival de Berlim. Ao todo, foram exibidos 186 títulos brasileiros até junho, um aumento de 23% em relação aos 151 do mesmo período de 2024.

O parque exibidor brasileiro também se expandiu, atingindo um recorde histórico. Após fechar 2023 com 3.468 salas, o número subiu para 3.510 em 2024 e chegou a 3.532 em 2025. Somente nos meses de abril e maio deste ano, foram abertas seis novas salas em municípios que não possuíam cinema.

Os dados, provenientes dos Painéis Interativos do Observatório do Cinema e do Audiovisual (OCA), da Ancine, indicam a resiliência do setor de exibição e apontam a relevância de políticas públicas de apoio ao segmento. As informações estão disponíveis no Portal de Dados Abertos da agência.

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