Há 20 anos contribuindo para a democratização e pluralidade do setor audiovisual, o Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias revisita sua história e resgata os filmes produzidos pelos jovens de territórios periféricos ao longo desse tempo.
E, para celebrar essas duas décadas de atividades e o protagonismo de uma nova geração de contadores de histórias e suas diferentes narrativas e estéticas, o Instituto Criar, em parceria com a Kinoforum, promove 04 sessões especiais com curtas-metragens produzidos pelos jovens formados pela entidade, na 35ª edição do Festival Internacional de Curtas de São Paulo.
A partir do trabalho de pesquisa, curadoria e programação de Heitor Augusto, a Sessão Especial 20 anos apresenta um pequeno e delicado recorte dentre as 163 produções realizadas como Projetos Experimentais de Curso pelos mais de 2.800 jovens que passaram pelo Programa de Formação Audiovisual + Tecnologia.
Retratos, inventividade formal, investigação identitária, questões de gênero e direitos humanos são alguns dos traços presentes nesse conjunto de filmes.
"Tratam-se de filmes realizados dentro de uma instituição que encara o Audiovisual como uma ferramenta de formação e também de transformação social. Tal característica está largamente refletida nas obras. Mirar essas duas últimas décadas de produção de jovens das diferentes periferias da cidade de São Paulo representa também uma oportunidade de observar as transformações do audiovisual brasileiro durante esse período", afirma Heitor Augusto.
São 2 programas distintos que serão exibidos em 04 sessões dentro da programação da 35ª edição do Festival de Curtas de São Paulo.
A estreia da Sessão Especial 20 anos acontece na segunda-feira, dia 26, às 19 horas, na Cinemateca Brasileira. Além da exibição de curtas, o encontro conta com debate sobre o audiovisual brasileiro conduzido e mediado pelo curador Heitor Augusto e com a participação de veteranos do Criar.
"Nos debruçamos em duas décadas de produções e reafirmamos a potência das juventudes. O audiovisual e a tecnologia têm um poder narrativo fundamental na sociedade contemporânea e garantir uma nova geração de contadores de histórias, mais diversa, faz parte do nosso propósito. O Instituto Criar cumpre seu papel à medida que atua na mobilidade social e na liderança das narrativas periféricas. A história tem um papel fundamental no mundo: é com ela que guardamos memórias, descobrimos quem somos e acreditamos que dá pra construir um futuro. Se não garantirmos diversidade em quem conta as histórias no mundo, não dá pra imaginar um futuro melhor. A Comunidade Criar tem esse papel de contribuir com uma nova geração de contadores de histórias", finaliza Luciana Bobadilha, diretora executiva do Instituto Criar.
Programação
- 26/08 – 20h – Cinemateca Open Air (Programa 1)
- 28/08 – 15h30 – Espaço Augusta – Sala 4 (Programa 2)
- 31/08 – 20h30 – Cinemateca – Sala Oscarito (Programa 2)
- 01/09 – 17h – SPCine – CCSP Lima Barreto (Programa 1)
Resultados
Uma recente pesquisa realizada pela Quaest, encomendada pelo Criar por ocasião de suas décadas de atuação, mostra que 88% dos veteranos estão trabalhando, sendo 76% na área do audiovisual e da tecnologia; 83% afirmam ser a pessoa com maior salário da sua família; 60% dos formados pelo Criar não moram na mesma casa de quando eram estudantes e 88% foram para um lugar melhor e mais propício para carreira. Quase duas décadas após o Criar, o incremento da renda ao longo do tempo chega aos 844%.
Dos formados, 23% tornaram-se educadores (dentro da realidade de um país que nem 2,5% da população sonha em ser professor); 30% começaram uma organização para gerar impacto social. 47% dos veteranos participam ou já participaram de algum coletivo audiovisual periférico, realizando trabalhos autorais com autenticidade e revelando o potencial dessa identidade nas novas narrativas e estéticas.