Minicom quer decidir sobre padrão do rádio digital até o final do ano

O Ministério das Comunicações pretende concluir sua análise técnica sobre a escolha do padrão digital para o rádio até o final do ano. A informação é do secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Minicom, Genildo Lins, que presidiu a primeira reunião do Conselho Consultivo do Rádio Digital que aconteceu nesta terça, 23.

"A decisão do rádio digital é uma questão que se arrasta. Espero que esse conselho tome uma decisão o mais rápido possível para que a gente possa levar adiante o processo", disse ele. Pelo cronograma aprovado pelos membros do conselho, na reunião do dia 28, técnicos do Minicom apresentarão algumas conclusões baseadas nos estudos que foram feitos sobre os padrões IBOC americano e DRM europeu, que vêm sendo realizados por diferentes atores desde 2007. Depois disso, em 6 de dezembro, representantes dos padrões farão uma apresentação aos membros do conselho e na reunião do dia 13 de dezembro, a última, deve haver o debate final sobre o padrão a ser adotado.

Lins procurou mostrar aos membros do conselho consultivo que o papel do Minicom é orientar a decisão da Presidência da República do ponto de vista técnico. "Interesses econômicos e diplomáticos sempre serão observados, mas cabe a nós escolhermos a melhor tecnologia", disse ele. Além da escolha do padrão digital, o conselho deverá produzir relatórios sobre política industrial, inovações tecnológicas e análises e acompanhamento dos testes. Para cada um desses temas foi formada uma comissão técnica.

A escolha do padrão digital para o rádio é, de fato, um assunto que se arrasta desde o governo Lula, quando o Minicom era comandado por Hélio Costa. Muitos dos testes que serão debatidos pelo conselho consultivo são dessa época. Hélio Costa deixou a pasta sem que fosse tomada uma decisão.

Ondas curtas e tropicais

Segundo Lins, como o espectro usado para o rádio não está congestionado e a faixa não é pleiteada por nenhum outro serviço, a digitalização do rádio não será obrigatória como na TV. Os planos iniciais do Minicom não incluem, em princípio, a digitalização das ondas curtas e ondas tropicais, usadas por cerca de 60 emissoras em todo o País principalmente para atingir as áreas mais remotas. "Nem sei se tem transmissor digital em ondas curtas no mercado. Não adianta a gente tomar uma decisão e depois ela ser inexequível", disse Genildo Lins.

Entretanto, Eduardo Castro, diretor geral da EBC, pediu que fosse discutida a digitalização dessas frequências também. "Pela quantidade de cartas que a gente recebe, sabemos que a nossa audiência é muito grande não só na Amazônia", afirma ele em referência à Radio Nacional da Amazônia, controlada pela EBC. Ele reconhece que uma eventual digitalização dessas transmissões deveria ser precedida por uma política pública que contemplasse a troca dos rádios analógicos por digitais. "Essa é uma questão de Estado. Temos que levar em consideração que o público é de baixa renda e de comunidades afastadas", disse ele.

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