Estudo da Apro e Sebrae aponta que o setor audiovisual está em crescimento no Brasil

A Apro e o Sebrae encomendaram à Fundação Dom Cabral um estudo sobre o mercado de produção audiovisual no Brasil. O trabalho é inédito, por conta de seu tamanho e abrangência, abordando os segmentos de cinema, TV, publicidade e mídias digitais. O objetivo principal é evidenciar a relevância do setor audiovisual para a economia.

Os realizadores da pesquisa farão uma apresentação exclusiva dos resultados, seguida de debate, durante o Telas Fórum, que acontece na próxima semana em São Paulo.

Dentre as conclusões, o estudo aponta que o setor audiovisual está em crescimento no Brasil, e a tendência é continuar crescendo. Entre 2008 e 2014 houve um aumento de 153% no volume de horas produzidas e registradas na Ancine, atingindo 4,288 mil horas produzidas e registradas (lembrando que uma parcela do que é produzido para TV não tem obrigatoriedade de registro, como programas jornalísticos e eventos). Neste sentido, houve um destaque para o crescimento na produção de obras seriadas, que passou de 703 horas, em 2008, para 2,943 mil horas, em 2014. Isso representa um crescimento de 318%, ocorrido, provavelmente, por conta da Lei 12.485 (Lei do SeAC).

No período, o faturamento das operadoras de TV por assinatura (incluindo banda larga, telefonia, TV paga e publicidade) passou de R$ 9,3 bilhões para R$ 32 bilhões, crescimento de 244%.

Já as receitas esperadas de serviços OTT Premium (como Netflix) terão um crescimento anual (CAGR) de 33% até 2018, passando de US$ 260 milhões, em 2015, para US$ 462 milhões, ultrapassando países como o México.

No cinema, o público total cresceu 53% no período de 2009 a 2015, passando de 112,7 milhões para 172,9 milhões anuais. No mesmo período, o faturamento bruto com bilheteria passou de R$ 969,8 milhões para R$ 2,3 bilhões, apresentando um crescimento de 142%.

O estudo vai mais fundo e analisa o impacto econômico do setor. O audiovisual foi responsável pela geração direta de 98,7 mil empregos com CLT e 107,6 mil empregos indiretos em 2014. A remuneração média no segmento chegou a R$ 3.685,02 em 2014, cerca de 64% acima da remuneração média do total da economia. Estima-se que a receita das empresas do setor seja de cerca de R$ 42,7 bilhões de reais (em valores do final de 2015). O Valor Adicionado (VA) do audiovisual na economia brasileira seria, então, de R$ 20,8 bilhões (0,44% do valor adicionado total), com cerca de R$ 6,6 bilhões em remuneração direta. Nesse caso, estima-se também que o valor recolhido em impostos diretos seja de R$ 2,13 bilhões. Os impostos indiretos, por sua vez, totalizariam R$ 1,25 bilhão.

Para que o setor cresça e se estabeleça, diz o trabalho, um dos segmentos prioritários é o de produção, responsável pela criação dos conteúdos. Foi realizada uma pesquisa qualitativa com produtoras de conteúdo audiovisual independentes para mapear o perfil das empresas que atuam neste segmento.

Dentre as conclusões, os pesquisadores afirmam que "a produtora de conteúdos independentes é criativa, mas precisa se profissionalizar para gerar maior valor". O elevado número de formatos e gêneros distintos mostra que, diferentemente de outros países, as empresas de produção de audiovisual no Brasil não são extremamente especializadas, uma vantagem em termos de perenidade, mas que limita seu crescimento.

O estudo levantou ainda que as empresas investem em novos projetos por meio de recursos próprios (42%), de recursos públicos (34%) e de parceiras com outras produtoras (14%).

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