Produtoras esperam até 90 dias para receber, aponta Apro

Um estudo feito pela Global Trevo Consultoria para a Apro – Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais, traz detalhes sobre um problema que as produtoras vêm enfrentando nos últimos tempos: os longos prazos de pagamento por parte dos clientes. Segundo a associação, isso tem levado muitas delas a se endividarem para arcar com seus custos operacionais e com fornecedores. O levantamento foi apresentado em painel durante o Whext, festival da Apro, junto a sua plataforma de internacionalização FilmBrazil, em parceria com a Apex-Brasil.

A pesquisa "Estudo de impactos de prazos de pagamento no setor de produção audiovisual", feita entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017, em todo o Brasil, ouviu 100 dirigentes de produtoras audiovisuais e 100 contratantes. Apresentado em painel pelo presidente do conselho da Apro, Paulo Roberto Schmidt, o levantamento mostra que, por conta deste descompasso entre prazos, as produtoras muitas vezes se vêem obrigadas a recusar trabalhos e a não participar de concorrências, sob o risco de ter de financiar seu próprio contratante.

De acordo com a Apro, muitos clientes atrasam pagamentos de foma constante como prática de fluxo de caixa, onerando e penalizado a produtora que necessita pagar seus custos, fornecedores e funcionários à vista. A grande maioria das produtoras entrevistadas pela Global Trevo, 71% dos pesquisados, afirmou que os prazos de pagamento aumentaram muito no último ano.

A expectativa é que a melhora do mercado também seja acompanhada de uma diminuição de prazos médios. O estudo aponta que a consequência imediata da redução deste intervalo é um impacto positivo significativo para as produtoras, formando um círculo virtuoso para que as estas empresas possam deslocar suas energias e gestão para a produção mais eficiente e com melhor qualidade das obras publicitárias tão importantes para a comunicação das marcas, havendo um aumento de concorrência e, consequentemente, diminuição de preços praticados e incentivo a novos profissionais no setor.

Para se ter uma ideia de como a questão dos prazos de pagamento é lesiva à empresa e pode comprometer a saúde financeira das produtoras, 61% das produtoras pesquisadas recusaram algum trabalho recentemente por esse motivo. Segundo o estudo, mais da metade das produtoras trabalha com prazos superiores a 45 dias.

Por se tratarem também do elo mais fraco da relação com o cliente, cerca de 21% das produtoras afirmaram já ter sofrido alguma retaliação por recusar algum tipo de trabalho, sendo que todas ficaram sem participar de orçamentos e concorrências durante algum período.

 

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