A Globo anunciou nesta quarta, 24, acordo com a WarnerMedia Latin America de licenciamento de conteúdo para o streaming HBO Max. Novelas e séries da maior produtora de conteúdos do Brasil – e da região – estarão no catálogo da plataforma de streaming na América Latina e no Caribe, com exceção do Brasil, ainda em 2021.
O acordo inclui conteúdos da TV aberta e originais da Globoplay, como as novelas "A Dona do Pedaço", "Avenida Brasil", "O Outro Lado do Paraíso", "Fina Estampa" e "Verdades Secretas"; e as séries "Todas as Mulheres do Mundo", "Assédio", "Sob Pressão", "Amores Roubados" e "Os Dias Eram Assim".
Análise
O acordo sinaliza uma estratégia da Globo de focar no mercado brasileiro para a distribuição de conteúdo, sem abrir mão de um papel de relevância no mercado global como produtor de conteúdo.
Outras iniciativas do Globo indicam na mesma direção, como o acordo com a Sony Pictures para produzir séries em inglês para mercado internacional. Os primeiros projetos são "O Anjo de Hamburgo", já inteiramente gravada, e "Rio Connection", que começou a ser gravada recentemente. Ambas são baseadas em histórias reais brasileiras e os direitos de distribuição dos conteúdos fora do Brasil ficarão a cargo da Sony, enquanto a Globo fará a exibição em TV aberta e em outras plataformas do grupo no país.
O primeiro filho da parceria, "O Anjo de Hamburgo", deve estrear no início do ano. A série pretende contar a história de Aracy de Carvalho, que, supostamente, salvou a vida de centenas de judeus na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. O heroísmo da ex-funcionária do Consulado de Hamburgo, no entanto, é questionado por historiadores, conforme apontou o colunista do UOL, Maurício Stycer. "Rio Connection", por sua vez, conta como mafiosos europeus estabeleceram no Brasil um ponto estratégico do tráfico de heroína para os Estados Unidos.
Já na distribuição do conteúdo, o maior grupo de mídia brasileiro restringe sua operação internacional ao público formado por brasileiros expatriados. Com o serviço Globoplay, já chegou aos Estados Unidos, no início de 2020, e, mais recentemente, ao Canadá e à Europa.
