Aumenta oferta de aparelhos 4K para a Copa 2018, mas distribuição ainda é prioritariamente OTT

Brazil's Neymar, centre, celebrates after scoring his sides first goal during the group A World Cup soccer match between Brazil and Croatia, the opening game of the tournament, in the Itaquerao Stadium in Sao Paulo, Brazil, Thursday, June 12, 2014. (AP Photo/Felipe Dana)

Com metade da Copa do Mundo da Rússia já para trás, já é possível fazer um balanço parcial e perceber que a transmissão dos jogos em 4K ainda é muito limitada. Oi e Net começaram a ofertar pacotes premium com a a oferta do torneio em Ultra HD pelo canal SporTV, mas a oferta de conteúdo adicional é escassa, ainda mais se considerando o período após o evento esportivo. Na avaliação do vice-presidente de vendas da operadora satelital SES, Jurandir Pitsch, houve crescimento na disponibilidade de televisores compatíveis, mas o consumo tem sido mais pelo streaming. "Acho que no final, [a transmissão da Copa] acabou disponibilizando mais por OTT do que nas redes que a gente estava esperando", afirmou ele a este noticiário, citando como exemplo a transmissão por meio de aplicativo do canal esportivo em TVs da Samsung.

"O impacto comercial foi pequeno. Realmente, a transmissão física está ocorrendo, mas o impacto disso no mercado foi muito pequeno. Acho que ficaram até com medo de divulgar muito e ter uma demanda que não pudessem atender", declara.

Segundo a própria SES, o market share de vendas de TVs UHD pulou de 10% em outubro de 2017 para 30% às vésperas da Copa do Mundo, quando normalmente já há uma alta demanda nesse mercado por aparelhos novos. A base instalada de televisores compatíveis é estimada pela operadora entre 7% e 8% no País, "o que começa a viabilizar, pois é mais ou menos o mesmo percentual de quando o HD cresceu mais fortemente". Mas Pitsch lembra que atualmente, mesmo 15 anos após o lançamento, a oferta de canais em HD ainda é de 36% da grade. "A migração da alta definição ainda está longe de terminar. Imagina em UHD, ainda vai levar tempo."

Por ora, continua sendo restrita a nicho e para as classes A e B. Ainda assim, o executivo diz estar confiante que a tecnologia vá se impor aos poucos. "A gente tem expectativas grandes para o futuro", declara.

Isso porque a tecnologia em si não é mais uma barreira: o entrave é decidir a estratégia comercial por parte das teles, afirma. "Obviamente precisa ter equipamentos de última geração para velocidades maiores, mas praticamente todo mundo tem. A questão é mais o set-top box novo, como monetizá-lo." No caso da Net, pelo menos para a base legada, é ofertada a troca de aparelho por R$ 90 para poder assistir ao canal 704 da SporTV em 4K na Copa (disponível em pacote premium Top HD). Além do acesso às partidas ao vivo, a operadora disponibiliza nessa resolução melhores momentos dos jogos e algumas séries da Fox e da Globosat no serviço de vídeo on-demand Now. A Oi TV também está oferecendo, durante a Copa do Mundo, a transmissão dos jogos em 4k pelo canal SporTV.

Há ainda a dúvida para as programadoras se será cobrado um valor adicional para o pacote da TV por assinatura com oferta em UHD. Pitsch considera que se não houver a geração de "dinheiro novo" para as operadoras, haverá mais barreiras "porque o pessoal que tem conteúdo tem dificuldade de justificar todo o custo de distribuição". Por outro lado, isso estaria empurrando a distribuição do conteúdo 4K por meio de streaming no momento. "Por isso que muito dos canais novos têm entrado primeiro na Internet, como OTT, pela dificuldade em entrar nas operadoras de cabo e DTH", avalia.

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