Longa "4×100: Correndo por um sonho" apresenta história de mulheres atletas

Gullane, Imovision e Globo Filmes apresentam "4×100: Correndo por um sonho", filme que acompanha a vida de um grupo de atletas em busca de uma medalha – ou pelo menos do reconhecimento. As mulheres protagonistas desta história – interpretadas por Thalita Carauta, Roberta Alonso, Fernanda Freitas, Priscila Steinman e Cintia Rosa – são brasileiras, guerreiras e equilibram conquistas e dificuldades em busca dos seus sonhos. O longa estreou na última quinta-feira, 24 de junho. A direção é de Tomas Portella com produção da Gullane em coprodução com Globo Filmes, Telecine, RAM e SPVILHENA. 

Na trama, a derrota no revezamento 4×100 durante os Jogos Olímpicos no Rio marca para sempre a vida das atletas em 2016. Anos depois, Maria Lúcia (Fernanda Freitas), a culpada pela eliminação do grupo, segue brilhando no atletismo e na mídia, enquanto Adriana (Thalita Carauta), que trabalhou duro na competição, vive frustrada e se sustentando com pequenas lutas de MMA. Agora, elas têm uma nova chance de reescreverem suas histórias. Assista ao trailer: 

Roberta Alonso, que está no elenco do longa, é também a idealizadora do projeto e assina a coprodução. "Comecei minha carreira no teatro mas sempre quis fazer cinema. Ao mesmo tempo, eu treinava, fazia muito esporte. Assista aos filmes de esporte, que são muito comuns nos Estados Unidos, e me emocionava muito com eles. No Brasil, ninguém aborda muito essa questão da emoção e da superação no esporte – é mais para o lado do drama. Comecei a escrever o argumento desse filme há uns 15 anos e fui evoluindo, em um processo gigantesco. Quando o Brasil foi anunciado como sede das Olimpíadas de 2016, consegui entrar com o projeto na Gullane", contou Alonso em entrevista exclusiva para TELA VIVA. 

O filme foi rodado em 2019 e retrata cenas ficcionais das Olimpíadas de Tóquio, que seriam realizadas em 2020 e foram adiadas para este ano em função da pandemia de Covid-19. "A pandemia impactou bastante o projeto como um todo. Esperei 15 anos da minha vida para ver esse filme sendo lançado e, quando jogaram para o ano seguinte, senti uma frustração. Mas é um momento tão forte para o mundo que isso ficou pequeno perto do tamanho da encrenca que estamos vivendo. Foi um impacto, sim, mas eu acreditava que a estreia viria no momento certo. É um filme que fala sobre superação, esperança, aborda o patriotismo… E hoje em dia a gente nem se reconhece mais no nosso país. É muito estranho. Espero ver o filme resgatando nossas raizes, quem nós somos como brasileiros", reflete a idealizadora. 

Roberta Alonso (à frente) é idealizadora e coprodutora de "4×100: Correndo por um sonho"

Alonso também traz outras expectativas para o lançamento: "Quero que o filme ajude a chamar a atenção para outras modalidades esportivas e abra portas, especialmente para mulheres, no sentido de patrocínios e incentivo nas bases. Tem tanta criança que poderia estar em uma pista treinando. Acredito muito no investimento do esporte porque o vejo como ferramenta social. Além da questão do patriotismo, vejo o filme abrindo a cabeça para a importância do esporte – tanto para os atletas como para a sociedade". 

Conforme a criadora do projeto mencionou, o filme traz à tona particularmente histórias de mulheres atletas. "Eu, sendo mulher, queria um filme de mulheres", disse. "Mas não é só isso. Quando assisti 'Menina de Ouro', pensei como seria demais termos mais histórias de mulheres atletas nos cinemas. Eu mesma abri minha cabeça para isso. No esporte, há muita diferença entre homem e mulher. Como em todas as áreas, é claro, mas eu comecei a perceber como há diferença de público que assiste, salários, patrocínio. Estamos nessa luta por igualdade. Por isso é tão importante fazer filmes sobre mulheres e retratar questões do feminino – afinal, nós sempre estamos enfrentando um conflito que vai além". 

Por fim, Alonso fala sobre as lições de coletividade que a trama deixa. Na história, as garotas participam do revezamento 4×100, uma prova disputada em grupos que se formam pouco antes das Olimpíadas reunindo aquelas que possuem os melhores tempos nas categorias individuais. "Assim, vemos a importância da união para atingir um objetivo em comum e superar obstáculos. Precisamos do outro, isso é da natureza humana. E pensando especialmente na nossa sociedade hoje, acredito que, se a gente se unir agora, olhar para o mesmo lugar, a gente sai dessa. É o senso de coletivo que o esporte tem".

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