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Brasil Paralelo aposta na ficção para seguir crescendo

A produtora especializada em conteúdo conservador Brasil Paralelo aposta na produção de obras de ficção para manter o valor de seu serviço de streaming por assinatura e seguir crescendo. É o que conta o CEO e sócio da produtora, Henrique Viana. “O futuro do nosso modelo de negócios segue sendo a assinatura, ampliando para cursos com certificação”, diz, garantindo que a produtora seguirá com seus princípios de não receber verba publicitária ou usar recursos públicos ou incentivados.

A grande novidade, explica Viana, é a ampliação para a produção de conteúdo original de ficção, e não mais apenas documentários. Para bancar esse conteúdo, de custo significativamente mais elevado, a Brasil Paralelo espera, além ampliar sua base de assinantes, ganhar com a bilheteria cinematográfica. O primeiro título, com distribuição da Paris, mas sem data prevista para o lançamento, é “Oficina do Diabo”. Como acontece com boa parte do conteúdo da produtora, o longa está envolvido em uma polêmica desde antes de seu lançamento. Divulgado em um primeiro momento como baseado em uma obra do escritor irlandês C.S. Lewis, passou a ser trabalhado como inspirado em uma série de obras, após a publicação de que a produtora não havia adquirido os direitos da obra de Lewis.

A primeira obra de ficção custou apenas R$ 4 milhões, custo baixo para uma produção de época de longa-metragem. “Conseguimos ficar neste orçamento apesar de todas as dificuldades e aprendizados inerentes da ‘primeira viagem'”, diz. O CEO da empresa credita a eficiência no orçamento a uma inteligência de produção desenvolvida e, sobretudo, ao fato de que a produtora conta com equipe e infraestrutura interna capaz de executar quase todas as etapas de produção. Para as gravações de originais, a estrutura de funcionários varia, já nos programas, trabalham, em média, 12 pessoas. A equipe trabalha de forma híbrida (trabalho local e remoto) e concentra profissionais que já atuaram em cinema, publicidade e propaganda, TV e redes sociais.

Em seu endereço na Avenida Paulista, em São Paulo, a empresa de origem gaúcha conta com dois estúdios para gravações, usados tantos pelos originais (documentários e filmes), quanto pelos programas em estúdio. A Brasil Paralelo trabalha em formato digital e online e, por isso, consegue mais agilidade na entrega final de cada produto. Para a captação de imagens, utiliza lentes anamórficas com qualidade cinematográfica.

Ferramentas de vendas

Henrique Viana conta que a Brasil Paralelo conta com cerca de 550 mil assinantes do serviço pago. Segundo ele, as polêmicas em torno do conteúdo são um importante motor de vendas. Embora se defina como uma produtora, a maior parte da força de trabalho da Brasil Paralelo está dedicada à venda de assinaturas. Pouco mais da metade dos cerca de 200 funcionários atuam na área de receita da empresa, conta o diretor de Relações Institucionais, Renato Dias.

Enquanto parte da equipe da área atua na criação de marketing, outra parte atua nas vendas ativas. “O time comercial é o que nos garante estabilidade de receitas”, completa Henrique Viana. Cada processo de assinatura iniciado nas páginas do serviço de streaming mas, por algum motivo, suspenso, é transferido para a equipe de vendas ativas, responsável por converter as vendas perdidas em assinaturas. “O negócio de assinaturas tem sido muito bom para a Brasil Paralelo. Neste modelo de negócios, fizemos milagres com a produção de documentários”, diz Viana.

Espalhados por todas as áreas da empresa, 45 televisores que apresentam dashboards com indicadores de faturamento, assinaturas e audiência.

Aliança conservadora

A Brasil Paralelo fechou um parceria para o lançamento de “Som da Liberdade” no Brasil. Novos assinantes da plataforma brasileira ganharão ingressos para assistir ao longa-metragem que estreou na última semana nas salas de cinema. Segundo o CEO da Brasil Paralelo, o união com a Angel Studios, que, além de “Som da Liberdade”, é a responsável pela série “The Chosen” pode ganhar novos contornos no futuro. “Ambas as produtoras representam a profissionalização do conteúdo conservador”, diz.

“Som da Liberdade” conta a história de um projeto verídico. Tim Ballard (interpretado por Jim Caviezel) era um agente de operações especiais da CIA que, em uma ação contra a pornografia infantil nos EUA, percebeu que estava prendendo os consumidores e comerciantes, mas as crianças abusadas não estavam sendo encontradas. O agente passou, então, a investigar mais a fundo e descobriu a existência de algo maior por trás dos casos de pedofilia. O filme retrata os principais pontos da jornada de Tim, mostrando os conflitos armados e as operações de espionagem que ocorreram na vida real.

Programação

Além da plataforma por assinatura, a Brasil Paralelo conta com canal próprio no YouTube. O canal não rentabilizado, por opção da produtora, que teme perder sua independência editorial. Segundo Henrique Viana, ao não rentabilizr o canal, a Brasil Paralelo abriu mão de cerca de R$ 6 milhões em 2022.

Nesta segunda, 25, o canal da produtora estreou sua nova grade de programação:
• “Cartas na mesa” – programa de análise política que traz notícias do Brasil comentadas por personalidades do debate público. O programa vai ao ar ao vivo, todas as segundas, às 20h. Compõem o programa o apresentador Renato Dias e os comentaristas Adriano Gianturco, Luiz Philippe de Orleans e Bragança e Christian Lohbauer.

• “Conversa Paralela” – conduzido pelos influenciadores Arthur Morisson, Lara Brenner e convidados especiais, o podcast volta para mais uma temporada com estreia todas as terças, às 20h.

• “Ministério da Verdade” – Ricardo Ventura, do canal Não Minta Pra Mim, apresenta o programa que promete transmitir a verdade por trás das fake news.

• “Magna Carta” – As opiniões de Ricardo Gomes sobre os principais acontecimentos do país em poucos minutos. Estreia todas as quintas, às 20h.

• “Aperte o play” – todas as sextas, às 17h, traz dicas de filmes e séries sob a ótica e curadoria do fundador da Brasil Paralelo Lucas Ferrugem.

• “Rasta News” – João Nogueira, o Rasta, apresenta o programa todas as sextas, às 20h. O jornal semanal mistura jornalismo e humor, com influências de Paulo Francis, Tião Macalé e Hermes e Renato.

• “Mundo Invertido” – “para onde olharmos a cultura woke e o progressismo estarão presentes”. Com imitações e humor, o programa aborda o choque geracional para “mostrar que o mundo está mesmo invertido”. André Alba apresenta o programa estreia todos os sábados, às 20h.

• “Face oculta” – César Almir narra o programa documental e cheio de mistérios que aborda a face oculta das principais personalidades e instituições “queridinhas da grande mídia”. Estreia todos os domingos, às 20h.

• “Resumo BP” – As principais notícias do portal da Brasil Paralelo em um minuto. Estreia todos os dias, às 12h.

6 COMENTÁRIOS

  1. ELes fizeram docmentário defendendo o cara que tentou matar a Maria da Penha. Não é uma produtora audiovisual, é um grupo de extrema direita que repercute discurso de ódio. Não tem que divulgar release, tem que ser responsabilizado nos termos do que diz a lei.

  2. Dureza ver esse canal sendo tratado como uma produtora séria por um veículo relevante como o Tela Viva.

    Eles vendem discursos de ódio, usam as estratégias de marketing mais antiéticas do mercado e tentam descrdibilizar figuras históricas relevantes do Brasil, como a própria Maria da Penha.

    Mas estão aí posando de grandes produtores, o que absolutamente não são.

    Esse caso do filme “baseado” na obra do CS Lewis sem aquisição de direitos acabou de se tornar um escândalo após a denúncia publicada pela Piauí, ao ponto de terem cancelado o lançamento do filme que já tinha estreia prevista para acontecer em poucas semanas. Claramente buscaram o Tela Viva para tentar melhorar a imagem, tática de redução de danos e gestão de crise de imagem.

    Pena que o Tela Viva tenha aceitado se prestar a dar esse espaço. O veículo é muito melhor do que isso.

    Ainda está em tempo de fazer uma nova reportagem, mais profunda e crítica, sobre esse escândalo do filme de ficção deles que tentou se promover sobre o nome do CS Lewis sem os devidos direitos.

    O mercado audiovisual brasileiro merece esse cuidado e os devidos pingos nos is em relação a estes que estão tentando abocanhar novas fatias de mercado sem qualquer legitimidade ou respeito pela cultura e pela nação brasileira.

    • Ótima fonte de informação, a revista “Piauí Menteaí”…braço fraco da Folha/Oul.
      Parabéns também por acreditar cegamente na “Mentira da Penha”. É por causa de pessoas como você que o maior bandido da história do país está de volta ao poder.

  3. A Brasil Paralelo é a melhor plataforma de streaming. Seu conteúdo é riquissimo, e tem como fundamento nos mostrar a verdade, coisa que a grande midia não faz. Sou assinante deles e aqui em casa só assistimos isso. Demais produtoras acham que somos retardados, oferecendo entretenimento raso e barato. Recentemente fizeram um documentario expondo as mentiras ditas por Maria da Penha, sensacional como somos manipulados por discursos faceis diariamente. Remocndo a todos que assistam, é muito bom

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