A verdadeira força da TV 3.0 regional está na capacidade de criar uma conexão mais íntima e personalizada com seu público

Primeira demonstração pública do padrão de TV 3.0 completo. Crédito: Tela Viva/Teletime.

A televisão está prestes a entrar em uma nova era. Com a chegada da TV 3.0, aguardada para janeiro de 2025, o telespectador não mais navegará por uma lista de canais lineares, mas sim por um catálogo de aplicativos de TV aberta, uma mudança que promete revolucionar a forma como consumimos conteúdo.

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*Antonio Gallo, diretor de Negócios da OléTV.

Apesar do entusiasmo, há desafios significativos para a implementação em larga escala dessa tecnologia que precisamos discutir. O principal obstáculo – que não pode ficar de fora da nossa programação de debate, é o custo e a aquisição de novos receptores ou set-top boxes pela população. Afinal, a TV 3.0 só trará resultados reais para as emissoras quando a base de domicílios equipados com essa tecnologia for expressiva. Sem uma adoção maciça, os benefícios ficam limitados.

Ainda assim, as oportunidades emergentes são animadoras. A fragmentação do mercado e a diversidade de plataformas, que muitas vezes parecem ameaças, podem ser grandes aliadas na implantação da TV 3.0. Ferramentas de análise de dados e inteligência artificial permitirão parcerias estratégicas entre players do setor, oferecendo segmentação de público como nunca visto e grandes oportunidades para provedores de internet e outros stakeholders do setor.

Para os anunciantes, algo esperado há muito tempo: será possível veicular anúncios mais relevantes, direcionados simultaneamente para perfis específicos de telespectadores. Um avanço que abre novas possibilidades no cenário publicitário, algo que já é visto na internet.

O telespectador brasileiro é exigente quando falamos de programação de televisão. Ele quer informação ágil, ao vivo, e que atenda não apenas às grandes questões, mas que o ajude a resolver seus problemas do dia a dia.

Ao mesmo tempo, deseja entretenimento que reflita sua realidade local. E aí está o grande valor, e desafio, das TVs regionais nessa nova era. Mesmo em um mundo dominado pelos smartphones, ainda há um público fiel que valoriza canais, artistas e apresentadores locais favoritos, afinal de contas, são eles que entram em suas casas diariamente para fazer companhia.

A TV regional tem, portanto, uma vantagem única: a compreensão profunda da cultura local. Isso é essencial para fidelizar a audiência e oferecer uma experiência que vai além da simples exibição de conteúdo. A combinação de conteúdos locais e globais será o diferencial para manter a relevância no cenário da TV 3.0.

Para que isso aconteça, as emissoras regionais precisam investir de forma maciça em tecnologia. A TV 3.0 representa uma oportunidade de ouro para esses canais, oferecendo uma plataforma para segmentar conteúdo geograficamente e de acordo com o perfil de seus telespectadores. Imagine o valor que isso trará para anunciantes regionais, que poderão, pela primeira vez, veicular anúncios customizados com precisão quase cirúrgica?

Esse avanço tecnológico não se limita à qualidade de som e imagem, que serão drasticamente melhoradas em comparação com a TV digital atual. A verdadeira revolução está na capacidade de criar uma conexão mais íntima e personalizada com o público. As emissoras regionais que entenderem essa dinâmica e se adaptarem à TV 3.0 terão em mãos uma ferramenta poderosa para cativar suas audiências, gerando valor tanto para as comunidades locais quanto para os anunciantes.

A TV 3.0 não é apenas uma evolução tecnológica. É uma oportunidade para as emissoras regionais se reinventarem e garantirem sua relevância em um mercado em rápida transformação. Se aproveitarem esse momento, essas emissoras não só sobreviverão, como prosperarão.

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