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Desafio atual do canal Gloob é encontrar um novo IP relevante

Gabriel Ferraz (à esquerda), coordenador de conteúdo infantil na Globo

Coordenador de conteúdo infantil na Globo, responsável pela supervisão, acompanhamento e análise artística de projetos infanto-juvenis direcionados aos canais Gloob e Gloobinho e ao Globoplay, Gabriel Ferraz participou do Mercado SAPI, em Goiânia, nesta quinta-feira, dia 24 de outubro, onde falou sobre as estratégias do grupo de mídia para o audiovisual voltado às crianças. Anteriormente, as janelas eram tratadas de forma independente, mas já há alguns anos, após uma reestruturação interna, Ferraz passou a acompanhar o desenvolvimento dos produtos que vão para esses três canais (os dois da TV por assinatura e a plataforma de streaming). 

O Gloobinho e o Gloob são canais diferentes – enquanto o primeiro foca no chamado público pré-escolar, isto é, crianças de dois a cinco anos, o Gloob trabalha com o target seguinte e tem trazido, como parte dos seus objetivos atuais, a ampliação dos formatos explorados pelo canal visando a faixa etária de oito a 12 anos. “O Gloob é especializado em dramaturgia mas, recentemente, passamos a explorar formatos de não-ficção também, como reality, game show e programas de variedades. Neste ano, com as Olimpíadas, tivemos três estreias com a temática de esportes”, contou o coordenador. Essas apostas em novos formatos buscam ainda pensar no consumo em família.

Compartilhando a estratégia do canal, Ferraz disse que, entre as oportunidades do momento, para além dessa ampliação de formatos, ele está olhando para a proximidade crescente com o Globoplay, pensando nessas crianças que estão consumindo cada vez mais conteúdos nas plataformas de streaming, onde muitas vezes elas já têm autonomia para decidir o que querem assistir, e ainda a possibilidade de criação de subprodutos de suas principais marcas. Por exemplo: com “D.P.A. – Detetives do Prédio Azul”, que é o grande case do Gloob, eles já empacotaram alguns episódios e exibiram em formato de telefilme. “A ideia é posicionar esses conteúdos que já temos de formas diferentes”, explicou. 

Saindo das oportunidades e entrando nos desafios, um dos maiores que o canal enfrenta hoje é encontrar um novo IP relevante – e idealmente tão relevante quanto foi (e ainda é) o “D.P.A”. Há 12 anos no ar, a série em live-action já teve mais de 400 episódios exibidos, 22 temporadas, quatro spin-offs (sendo uma série premium e três vlogs), uma animação, três longas-metragens e mais um já em fase de pós-produção, com previsão de estreia para o ano que vem, e duas peças de teatro produzidas. A lista de desdobramentos da obra segue com duas edições do “Navio Gloob”, centenas de produtos licenciados, eventos em shoppings ao redor do Brasil, 14 livros publicados e licenciamento de conteúdo internacional. “É um grande ecossistema. Acreditamos que o conteúdo infantil precisa navegar em todas as áreas”, afirmou. 

Ferraz ainda fez algumas observações, como o fato de que apesar de “D.P.A.” ser uma série de televisão, ela passa em um canal pago, e que por isso as estreias dos longas nos cinemas foram muito importantes, de forma a trazer um novo ponto de contato das crianças com esse IP. Outra curiosidade é que a série animada surgiu como um desdobramento dos produtos licenciados – isso porque conteúdos em live-action são mais difíceis para licenciamento, já que os itens levam o rosto dos atores que, especialmente nessa idade, crescem rápido. Na própria série o elenco foi trocado algumas vezes, na medida em que os talentos foram crescendo. A solução encontrada foi criar ilustrações de “D.P.A.” para esses produtos temáticos. Aí, depois que as ilustrações estavam feitas, elas foram aproveitadas e deram origem a essa animação. 

Seguindo nos desafios atuais, o executivo citou também a concorrência agressiva de players externos, incluindo o YouTube, e o combate à pirataria, especialmente dos principais IPs. Já entre os interesses do canal, ele mencionou a manutenção do foco em meninas; game shows, novelas infanto-juvenis, animes, filmes e adaptação de obras literárias; e conteúdos com foco em família.

Produções para o streaming

Para o Globoplay, o núcleo infantil da Globo acompanhou o desenvolvimento de três produtos. Um deles foi “Acampamento de Magia para Jovens Bruxos” (2023), que é justamente a série spin-off de “Detetives do Prédio Azul”. Ela é protagonizada pela personagem Berenice, uma das favoritas da audiência, que anteriormente já tinha ganhado um spin-off em formato de vlog. 

Outro produto foi “Vicky e a Musa”, também de 2023, que foi o primeiro musical dos Estúdios Globo. O produto é uma superprodução assinada por um time consagrado da dramaturgia da emissora, focada no público infanto-juvenil, que traz uma história sobre o poder transformador da arte. Com autoria de Rosane Svartman, sob a direção artística de Marcus Figueiredo e de gênero de José Luis Villamarim, a série musical traz cenas lúdicas com a participação de personagens da mitologia grega. Além de canções originais, a obra traz cenas com os atores e artistas em participações especiais cantando títulos conhecidos da música nacional. 

Resultado do novo modelo integrado de produção da Globo, o projeto foi concebido com uma particularidade inédita: a exibição em duas plataformas, Globoplay e Gloob, com versões especiais para cada uma delas e cenas exclusivas. No Globoplay, onde a atração tem classificação indicativa de 12 anos, a trama é mais desenvolvida e destaca os dilemas da adolescência; já no Gloob, a série traz cenas focadas no núcleo infantil. Tudo dentro de um mesmo universo dramatúrgico, mas com diferentes enfoques. “Desde o roteiro já foram criadas as duas versões. É a mesma série, mas pensada para diferentes plataformas e com cenas inéditas em cada uma delas”, detalhou Ferraz. 

Por fim, está “Turma da Mônica – Origens”, que por acaso estreia nesta quinta, 24, ainda como parte das celebrações do Mês das Crianças. A série apresenta os personagens criados por Maurício de Sousa – Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão e Milena – como adultos pela primeira vez, e revela como a turma se conheceu. Com uma trama inédita e duas linhas temporais paralelas, passeando entre passado e presente, a história provoca uma conversa geracional e a reflexão sobre como as relações se transformam com a maturidade. “Com essa série, também apostamos numa experiência mais família. A série anterior, que contou com o elenco dos dois longas da ‘Turma da Mônica’, foi um grande sucesso no Globoplay. Acreditamos ainda nesse componente da nostalgia”, concluiu. 

 

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