O longa brasileiro "Malu" teve sua Première Mundial no último domingo, dia 21 de janeiro, na World Cinema Dramatic Competition, mostra competitiva no Festival de Sundance, com a presença do diretor e roteirista Pedro Freire e das atrizes Yara de Novaes, que interpreta a personagem título, e Carol Duarte, que faz a filha de Malu. O evento, um dos principais do mercado global, segue até domingo, dia 28 de janeiro.
Com três das quatro sessões lotadas no festival, o diretor Pedro Freire comentou a primeira exibição: "A reação do público foi muito calorosa. Riram, choraram e aplaudiram muito". O longa-metragem é produzido pela Bubbles Project e pela TvZero, coproduzido pela RioFilme, pelo Telecine e pelo Canal Brasil, e conta com a distribuição da Filmes do Estação. Tatiana Leite, Roberto Berliner, Sabrina Garcia e Leo Ribeiro assinam a produção.
"Voltar a Sundance, apresentando mais um longa-metragem, é muito emocionante. Em uma larga escala, afirma a qualidade e a diversidade do cinema brasileiro no mundo e pessoalmente confirma para mim o quanto é importante investir em novos talentos – o Pedro tem de sobra –, trabalhar cuidadosamente no desenvolvimento dos projetos, estabelecer grandes parcerias e nunca desistir. 'Malu' representa bem em todos os aspectos tudo isso", comenta a produtora Tatiana Leite, que também produziu o longa "Regra 34", dirigido por Júlia Murat, que conquistou o prêmio máximo do Festival Internacional de Cinema de Locarno, na Suíça, em 2022.
A trama apresenta Malu, uma atriz instável e desempregada que vive com sua mãe conservadora em uma casa humilde de uma favela do Rio de Janeiro, próxima ao mar. Malu tenta lidar com o relacionamento tenso com sua própria filha adulta, enquanto sobrevive com as lembranças de seu glorioso passado artístico.
Freire conta que teve a ideia do filme há mais de dez anos, após a morte de sua mãe, Malu Rocha: "Malu é um drama familiar, um filme intimista, centrado no roteiro e na atuação. É uma adaptação da história da minha mãe, a atriz paulista Malu Rocha (1947-2013). Venho de uma família de atores, e desde cedo decidi que queria escrever para atores e dirigir atores. Escolhi o cinema para exercer essa paixão. Depois de 25 anos trabalhando para diversos diretores, e tendo dirigido oito curtas que passaram por diversos festivais, é uma alegria imensa estrear meu primeiro longa-metragem como diretor no festival de Sundance, um dos maiores festivais do mundo que sempre privilegiou filmes independentes como o nosso".