Radiodifusão e operadoras de satélite apresentam proposta de rearranjo da faixa de 3,5 GHz

O setor de radiodifusão mais as operadoras de satélite e fabricantes de equipamentos de recepção de satélite apresentaram uma proposta para minimizar a interferência dos sistemas terrestres da faixa de 3,5 GHz nas recepções das antenas parabólicas e corporativas que utilizam a banda C do satélite. A sugestão, que será analisada por um grupo de trabalho coordenado pela Anatel, consiste em um rearranjo dos sistemas que hoje funcionam na faixa.

Atualmente, a faixa de 3,3 GHz a 3,4 GHz abriga o Serviço Auxiliar de Radiodifusão e Correlatos (SARC) e Repetição de TV (RpTV). Depois, de 3,4 GHz a 3,6 GHz vem o serviço de banda larga que a Anatel pretende licitar. E, em seguida, com uma banda de guarda de 25 MHz vem a banda C do satélite, de 3,6 GHz a 3,625 GHz. De acordo com a proposta apresentada, o serviço de SARC e RpTV seria realocado para a faixa de 3,5 GHz a 3,6 GHz e a banda larga ficaria de 3,3 GHz a 3,5 GHz, o que dá uma banda de guarda de 125 MHz em relação a banda C do satélite.

A proposta será debatida pelo grupo de trabalho formado pela Anatel que tem prazo de 90 dias para apresentar um relatório conclusivo com solução para a interferência, de modo que a Anatel possa colocar a faixa à venda no segundo semestre do ano.

Dos 200 MHz da faixa para a banda larga, 100 MHz (de 3,4 GHz a 3,5 GHz) poderiam ser licitados ainda esse ano porque não sofreriam alteração na sua atribuição, o que satifaz a vontade da Anatel de licitar a faixa em 2012. Já a venda do restante só seria possível após uma consulta pública do novo arranjo. Procurado por este noticiário, Paulo Ricardo Balduíno, diretor de uso e planejamento de espectro da Abert, explica que a radiodifusão concordou em custear o remanejamento dos serviços de SARC e RpTV. "A gente está convencido de que a proposta é melhor para os dois lados e é aderente à intenção do governo de fazer a licitação de pelo menos metade da faixa ainda esse ano".

O grupo de trabalho criado pela Anatel foi dividido em dois subgrupos. Em um deles será discutida a proposta de remanajamento de espectro e no outro se discutirá uma revisão do edital colocado em consulta pública considerando a atribuição da faixa como está hoje. Os dois subgrupos vão acontecer paralelamente, de modo que se a proposta de remanejamento do espectro não prosperar, a Anatel vai resolver a questão da interferência no outro subgrupo para poder licitar a faixa.

De acordo com Paulo Balduíno, a realocação da faixa não soluciona o problema em 100% dos casos, mas facilita muito a adoção de outras formas de mitigação complementares. Além disso, em determinadas cidades essa distância maior entre os serviços poderia permitir que fosse utilizada uma potência um pouco maior para a banda larga. Em relação aos equipamentos, ele diz que foi feito uma consulta com alguns fabricantes que relataram não haver problema de fornecimento de equipamentos nas faixas de frequência propostas para a banda larga.

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