"IPTV não tem futuro", sentencia Accenture

O seminário Teletime Tecnologia de Redes, realizado nesta terça-feira, 26, pela Converge Comunicações, guardou boas surpresas até o final. No último painel, Afonso Gambôa, sênior manager da prática de network da Accenture, condenou a tecnologia IPTV. "O IPTV não tem espaço no futuro. Na Accenture não aconselhamos nenhuma operadora a seguir este caminho, pois ele simplesmente não vingará", alerta.
O executivo explica que o IPTV consome muita banda e que mesmo para um provedor de FTTH esse serviço não se paga. "Se você tem três TVs em casa, consumirá em média uns 60 Mbps com canais de alta definição (HD). E é muito caro garantir essa banda toda, mesmo em FTTH", diz.
Além disso, sustenta Gambôa, o diferencial do vídeo é o conteúdo. "É preciso oferecer programação relevante e interessante e a um custo acessível e, se as teles forem para o IPTV, não conseguirão empacotar essa oferta para competir com as over-the-tops, como NetFlix, Google e canais, como Warner, Sony, que tem muito conteúdo e não fizeram altos investimentos em redes", diz.
Segundo ele, não há um caso de sucesso sequer de IPTV fora da Europa. "O IPTV só deu certo em alguns países da Europa, pois as famílias de lá têm o hábito de ter um só aparelho de TV em suas residências", explica.
O fato de ser uma tecnologia proprietária, para o executivo, também inviabiliza o IPTV. "Apesar de ser IP, essa solução precisa de uma plataforma middleware proprietária, com um código no set-top box e outro no servidor, do fabricante", diz.
Solução
Para Gambôa, a tecnologia que deve prevalecer é a 'adaptative streaming', funcionalidade embutida no set-top box e no servidor que adapta o conteúdo de acordo com a banda disponível. Ele também acredita no futuro das plataformas híbridas que mesclem satélite (DTH) e xDSL.
O executivo falou em painel onde se discutia como rentabilizar as redes e não deixar que as operadoras virem apenas dutos de banda larga, sem receita sobre o conteúdo.

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