No dia 3 de junho, terça-feira, às 23h, estreia "WERK IT", o novo reality show do universo fashion do canal E! Entertainment. Comandado pela top model e apresentadora Gianne Albertoni e pela premiada maquiadora e cabeleireira Maxi Weber, o programa é uma coprodução entre a NBCUniversal International e a produtora brasileira Monster Movie n' Mgmt. O programa irá ao ar sempre às terças no canal E! e, no dia seguinte, estará disponível no Universal+. A primeira temporada conta com oito episódios.
"WERK IT" combina competição e manifesto visual. Ao longo da temporada, 21 participantes – divididos em sete trios, ou "houses", compostos por stylist, maquiador e cabeleireiro – encaram desafios que exigem talento técnico, sensibilidade artística e trabalho em equipe. Em cada episódio, a house que melhor traduz a proposta do desafio será coroada como legendary house, enquanto a de pior desempenho se despede da competição. Ao final, apenas uma house sobrevive. Seus integrantes se enfrentam individualmente na disputa pelo título de Melhor Image Maker do Brasil. Entre os jurados e convidados especiais ao longo da temporada estão nomes como Walério Araújo, Luiz Cláudio, Rafaela Mandelli, Jessica Córes, Catto, Aneco Oblangata, Patrícia Carta e André Hidalgo, entre outros nomes do universo fashion e da cultura pop.
Com um formato original e inédito, "WERK IT" se propõe a unir moda, beleza, comportamento e diversidade de maneira acessível, inclusiva e contemporânea. Composto por uma equipe criativa majoritariamente formada por pessoas LGBTQIAPN+, negras e nordestinas em posições de liderança, o programa se destaca por dar protagonismo a vozes que há muito merecem ocupar o centro do palco. A direção geral é assinada por André Nunes. Em entrevista exclusiva para TELA VIVA, o diretor comenta: "Existe uma diferença gigante entre ser tema e ser sujeito. Entre ser pauta e ser voz. A presença de pessoas LGBTQIAPN+ na frente e atrás das câmeras não é só sobre inclusão, ela é principalmente sobre pluralidade, é uma construção de pertencimento. Quando nós ocupamos esses espaços de forma ativa e criativa, as narrativas ganham verdade, elas ganham contornos reais e com isso deixam de ser caricaturas ou concessões".
Ele acrescenta: "Eu acredito muito que é assim que a gente pode transformar o audiovisual: oferecendo destaque para quem normalmente não o tem e usando essa exposição como uma ferramenta de afirmação coletiva. 'Aparecer' não é mais suficiente, a gente precisa contar, dirigir, editar e aprovar nossas histórias. Só assim elas deixarão de ser um produto de ocasião e se tornarão parte estruturante da cultura".
Nunes reforça que a Monster Movie prega e defende uma diversidade que não é decorativa, e sim estrutural, e reflete sobre o espaço que hoje é dado para a comunidade LGBTQIAPN+ no mercado – não só o audiovisual, mas de trabalho como um todo. "Pessoas LGBTQIAPN+ têm competência, técnica e visão pra ocupar qualquer lugar em qualquer projeto, não só os que falam sobre as nossas vivências e muito menos somente no audiovisual. É urgente que nós estejamos também nas narrativas 'neutras', no comando das câmeras, nas decisões artísticas e executivas, desenhando a produção, porque talento não tem uma identidade única e nem se limita a este ou àquele segmento de mercado. O talento é plural, é potente, e com 100% de certeza, existe pra além das pautas do mês de junho. Na Monster Movie, a empresa que fundei ao lado do meu marido, essa diversidade não é discurso e também não é opção: ela é nossa prática diária. A gente acredita em equipes diversas porque sabemos que elas são mais criativas, mais abrangentes e mais afiadas. Na Monster, nós apostamos em profissionais LGBTQIAPN+ em posições de liderança, porque o futuro do audiovisual – e da sociedade como um todo – se constrói com quem tem coragem de propor algo novo e de bancar esse algo novo até o fim. Não é sobre cota. É sobre competência e pertencimento".
Principais objetivos e desafios de produção
Sobre "WERK IT", ele explica que a ideia parte de um princípio simples, porém poderoso: virar os holofotes para quem sempre esteve nos bastidores, isto é, profissionais potentes da moda e da beleza que, agora, reivindicam espaço de assinatura no que ajudam a construir diariamente. "O reality foi inspirado pela força criativa da cultura Ballroom e traz essa mesma energia de expressão livre, estética afiada e identidade como bandeira. Mas agora em rede nacional, sem códigos de exclusão, sem espaço limitado", destaca. "E 'WERK IT' não fabrica arquétipos. Nós apresentamos artistas reais, em sua forma mais bruta e autêntica. Gente que cria, que debate, que colide visões pra gerar imagem com discurso. É competição e entretenimento, mas também é linguagem, representação e presença", completa.
Ele entende que o programa é, acima de tudo, uma vitrine, um espaço onde cada competidor poderá ser visto como uma potência criativa. "Então eu espero e torço para que 'WERK IT' reverbere dentro da comunidade LGBTQIAPN+ como um reflexo inspirador – que celebre o talento, a técnica e a potência desses artistas que, dia após dia, elevam a moda e a beleza a outro patamar, e que as pessoas que assistam possam se enxergar não como exceção, mas como referência. E desejo que seja um estalo, que provoque uma reflexão sobre a maneira como nós consumimos imagens, sobre quem está trás dessas imagens e por que essas pessoas precisam estar no centro do palco".
É claro que, diante desses objetivos, o projeto trouxe desafios. Para o diretor, fazer um reality como "WERK IT" no Brasil é remar contra a maré. "Nunca tivemos o desafio de provar sua relevância, até porque nós e nossa coprodutora sabíamos da existência dela. Na verdade, o nosso maior desafio foi criar um formato que celebrasse toda essa relevância com estética, identidade e propósito. É um formato 100% original, inédito no mundo todo e, mesmo com uma estrutura bem definida, muita coisa foi sendo descoberta no set. Ritmo, linguagem, mecânicas… Tudo nasceu em tempo real, com escuta ativa e muita troca entre equipes, apresentadoras e elenco. Um processo vivo, arriscado e, justamente por isso, tão potente", afirma.
Além disso, o reality queria propor uma competição intensa, mas sem recorrer a fórmulas cotidianas do embate pelo simples embate. "Em 'WERK IT', os embates acontecem, mas são sempre pautados nas divergências estéticas e criativas dos participantes. O nosso maior desafio talvez tenha sido esse: manter o entretenimento e o conteúdo pulsando, sem abrir mão da integridade".
Parceria com o canal
Por fim, Nunes celebra o trabalho junto do E! Entertainment e a NBCUniversal Studios: "Desde o começo, o canal entendeu que 'WERK IT' não era só mais um reality, e sim um projeto que fala sobre identidade, imagem e potência criativa e partir de um recorte muito específico – e necessário. A equipe do E! entrou com escuta, respeito e abertura real para que a proposta se mantivesse íntegra".
E conclui: "A nossa parceria foi construída com confiança mútua. Eles sabiam o que queriam: um conteúdo de impacto, com linguagem contemporânea e força estética. E nós sabíamos do que não abriríamos mão: diversidade real, protagonismo LGBTQIAPN+ e espaço para inovação. Quando esses dois lados se encontram com liberdade criativa, o resultado extrapola tela. Ele reverbera. E é potente".