Para Abratel, apagão analógico em épocas eleitorais pode atrapalhar a população

Para o engenheiro de comunicações da Abratel, André Felipe Trindade, na definição do novo cronograma do apagão da TV analógica, o governo não considerou o calendário político. Segundo ele, exemplos internacionais mostram que o desligamento dos canais analógicos em época de eleições pode confundir a população. "Goiânia tem apagão previsto para agosto de 2016, época de eleição municipal. Como mudar o foco da população da eleição para uma campanha de compra de receptores digitais?", questiona. Trindade lembrou que em 2018 haverá o desligamento de importantes centros em meio à campanha para presidente da República.

O engenheiro da Abratel, associação liderada pela Record, elogiou, no entanto, a decisão de fazer um desligamento escalonado. Segundo ele, os países que optaram pelo desligamento "one-shot" dos sinais analógicos tiveram de lidar com especulação na indústria de eletrônicos, com uma grande inflação dos equipamentos receptores. "Neste caso, aprendemos com os exemplos internacionais", completou.

Para Marconi Maya, superintendente de Outorgas e Recursos à Prestação da Anatel, qualquer data escolhida para os desligamentos apresentaria alguma barreira. "O que vai dar o sabor da transição é a qualidade da comunicação que será feita à população, mesmo em época eleitoral", completou.

Geraldo Mello, membro da SET (Sociedade de Engenharia de Televisão) e engenheiro da TV Alterosa, alertou o superintendente que a comunicação deve ser feita de forma diferente para públicos diferentes. "As peças publicitárias até agora foram bastante institucionais. Precisamos ter informação direcionada ao consumidor, aos técnicos e às prefeituras. São peças diferentes para público distintos", disse.

O superintendente da Anatel e os representantes da Abratel e da SET falaram durante o SET Expo nesta terça, 26, em São Paulo.

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