As plataformas FAST (Free Ad-Supported Streaming TV) estão ganhando cada vez mais espaço no Brasil, oferecendo conteúdo gratuito e suportado por anúncios. Um dos principais players desse mercado é a Samsung TV Plus, plataforma de streaming gratuita da Samsung. Ao canal TELA VIVA no Youtube, Aline Jabbour, diretora de desenvolvimento de negócios e serviços para a América Latina da Samsung TV Plus, aponta por que o Brasil é um país de destaque para a plataforma e ainda traz dados da adesão massiva à plataforma na Olimpíada de Paris.
Jabbour destacou que, das 19 milhões de TVs conectadas na plataforma da Samsung no Brasil, 10 milhões assistiram a algum jogo das Olimpíadas. Isso representa cerca de 60% dos domicílios brasileiros, com entre três e quatro pessoas, o que significa um alcance significativo de audiência.
Em termos de tempo, foram 110 milhões de horas assistindo às Olimpíadas, não apenas pelo FAST, mas em todas as plataformas nas TVs da Samsung, incluindo os canais de TV aberta e por assinatura.
"A Cazé TV foi a protagonista das Olimpíadas no país e na Samsung TV Plus não foi diferente", diz a executiva. Graças ao canal, a plataforma bateu recordes globais de audiência na plataforma da Samsung. "Não estamos mais falando do FAST como um repositório de conteúdo antigo, como uma biblioteca. Estamos falando do FAST dentro das tendências atuais", afirma Jabbour.
Segundo ela, o Brasil tem uma conversão de usuários altíssima, maior do que em outros territórios. O que faz do país um benchmark na Samsung. Historicamente, vem de uma conversão de 48% ou 49%. – percentual das televisões com o Samsung TV Plus ativas, conectadas à internet, que estão usando a plataforma por mais de 15 minutos seguidos.
Na Olimpíada, a Cazé TV conseguiu que 50% dos jovens brasileiros assistissem ao evento esportivo através do canal, em alguma plataforma. Com isso, a conversão na Samsung passou para 52%. Segundo Jabobur, isso deixou um legado importante: 82% desses usuários ainda estão usando a plataforma em outros canais.
Conteúdo
Para a executiva, é preciso oferecer um portfólio relevante, não adianta apenas ter fácil acesso. "A gente precisa engajar. Precisa ter relevância em todo o portfólio. Também não adianta a gente ter um canal âncora. Não adianta a gente ter só o Cazé TV. A gente precisa que todo o nosso portfólio tenha conteúdo para todos os interesses".
Há uma preocupação grande em garantir que o conteúdo que esteja na plataforma seja de amigável à família. "É o nosso primeiro olhar quando a gente está discutindo uma parceria. O Samsung TV Plus tem a grande vantagem de não ter nenhuma barreira de entrada (para o usuário). Então, é muito sério a gente deixar ali um conteúdo que qualquer pessoa dentro de uma casa pode acessar", explica.
Outra questão é a qualidade. A plataforma exige canais com qualidade de produção, qualidade na estratégia da programação, dos horários etc. "A gente precisa ter um canal realmente profissional", diz Jabbour.
Nos Estados Unidos, a plataforma tem 400 canais. No Brasil, a fabricante acaba de anunciar que chegou a 100 canais, sem a pretensão de alcançar o volume norte-americano. "Na minha visão, a gente não deve ultrapassar os 150 canais. Esse é um limite que a gente tem estabelecido", diz, apontando que o volume e a maturidade dos mercados são diferentes.
Isso não significa também um congelamento da oferta de canais. Existe uma renovação da plataforma. Alguns canais chegam com um ciclo de vida de uma oportunidade de curto prazo, enquanto outro canal pode surgir com um pouco mais de fôlego.
Publicidade
O modelo comercial é basicamente o modelo da TV tradicional, com breaks comerciais nos intervalos. "A grande diferença é que a gente tem uma possibilidade de segmentar, então a gente entrega um conteúdo mais uma publicidade mais curada e isso traz um retorno mais positivo para a marca. Essa é a nossa diferença da TV tradicional", conta Jabbour.
Além disso existem muitos casos de canais de marcas, que criam conteúdos que fazem sentido para a sua audiência e para o seu nicho. "As marcas podem falar diretamente com o seu público através de um conteúdo, sem necessariamente uma venda ou um televendas", explica.
Segundo a executiva, o mercado publicitário já entendeu o modelo, "mas ainda estamos num processo de educação". Para isso, a plataforma conta com o Samsung Ads, que é o braço de venda de publicidade. "Ele tem essa missão de educar todo o mercado: as marcas e as agências. Porque ainda existe aquela pergunta sobre de onde vai sair essa verba? Isso é online e isso é offline? E o FAST, a TV conectada como um todo, ela é uma terceira via. Ela tem a linearidade, mas ela também tem a vantagem do online em conseguir ter números, dados e uma entrega muito mais direcionada", explica.
Além da unidade de vendas da Samsung, alguns canais já estão fazendo a sua venda individual, principalmente os canais maiores e de grupos de mídia que já têm um modelo de venda de publicidade. Já os menores, ou que são de produtores que antes apenas distribuíam conteúdos para as plataformas, contam com a estrutura comercial da Samsung. "A gente não faz mais a maioria das vendas, mas a gente ainda faz 50% e tudo bem para nós", diz.
Veja a entrevista com Aline Jabbour: