A crescente presença de marcas não-endêmicas, bem como ações mais perenes e a aplicação efetiva da inteligência artificial estão entre as principais tendências a serem observadas para o próximo ano no universo dos games. Essas foram algumas das conclusões da primeira edição do B2Game, evento realizado pela agência Cheil Brasil e pelo Xdome Gamer Lab – uma das principais arenas gamers do país, localizada no Shopping Metrô Santa Cruz, em São Paulo – para debater as oportunidades das marcas junto a esse público, que é cada vez mais estratégico para os anunciantes.
O evento, que recebeu profissionais do mercado publicitário e de marketing, bem como desenvolvedores, gamers e streamers, contou com a participação de Sâmia Marramon, Gerente de Produtos Proprietários da ALLOS; Felipe Vieira de Camargo, Gerente de Mídia da ALLOS; e Pedro Derbli, Diretor de Gaming na Cheil Brasil. A mediação foi de Tatiana Pacheco, COO da Cheil Brasil.
Marcas além do game
Um dos destaques levantados durante o B2Game foi o amplo caminho para a presença de marcas não-endêmicas nos jogos, isto é, aquelas que não têm ligação direta com o universo gamer, mas podem se beneficiar do setor. "As marcas endêmicas partiram na frente por estarem mais conectadas aos desejos dos players. O que estamos vendo agora é a participação das não-endêmicas, como as do segmento de beleza. Elas estão entendendo as oportunidades e percebendo que o game tem um forte poder de conexão com outros segmentos, afinal, ninguém vive só de jogo. Gamers também usam maquiagem, tomam remédios e consomem carne. Por isso, qualquer marca pode ter seu ponto de conexão dentro de um jogo, desde que sua presença faça sentido para o público", pontuou Pedro Derbli, da Cheil Brasil.
E investir com constância e consistência é uma das chaves do sucesso para as marcas que querem estabelecer conexões verdadeiras em 2025. Segundo os especialistas, os gamers sabem diferenciar muito bem as marcas que jogam junto das que estão fazendo ações pontuais e tentando apenas aproveitar a audiência de forma vazia. Para garantir esse posicionamento, é necessário que o mercado veja os games não como um novo espaço para propaganda, mas sim como uma oportunidade de contribuir com o entretenimento. "Temos que evoluir na forma de pensar, desenhar e desenvolver as ações dentro dos jogos. É preciso conectar-se ao mindset dos gamers, saber como eles querem se relacionar e perceber como a marca pode participar de cada título ou gênero de jogo para transformar uma simples veiculação em uma experiência memorável. Quando o gamer está jogando, ele não quer ser interrompido. Porém, se a marca levar algo que contribua com o desempenho dele, será muito bem-vinda. É aí que nasce um relacionamento", enfatizou Derbli.
IA e novas interfaces
Nesse cenário, a inteligência artificial traz novas possibilidades para os desenvolvedores de jogos e se mostra um terreno fértil também para as marcas. Já existem jogos utilizando IA para transformar a interface de uma mesma fase de acordo com as preferências de cada player. A tendência é que a IA colha mais dados e seja capaz de adaptar o jogo a cada player de forma ainda mais personalizada. "As soluções que vemos hoje com IA ainda são muito simples, mas a tendência é que a disciplina se expanda rapidamente, abrindo novas oportunidades, meios e formatos de as marcas participarem dos jogos e direcionar melhor suas experiências para a comunidade", concluiu o diretor.
Planejado para proporcionar experiências imersivas a jogadores amadores e profissionais, o Xdome Gamer Lab sedia campeonatos, watch parties, eventos corporativos e outras atividades voltadas para o público gamer. A arena conta com mais de 50 computadores de alta tecnologia, duas salas CTs, espaço com óculos de realidade virtual, consoles Xbox e Playstation 5, além de um simulador de corrida.