Porta dos Fundos anuncia "Fundos do Porta", projeto de capacitação e especialização audiovisual para minorias

Em 2022, o Porta dos Fundos celebra dez anos. O grupo evoluiu para uma produtora de audiovisual consolidada, que produz para diferentes janelas e ainda é dona de um dos maiores canais de YouTube do Brasil, com 17,2 milhões de inscritos e uma média de 120 milhões de visualizações por mês. Além disso, segundo uma pesquisa do DataFolha, é a marca de humor mais lembrada pelos brasileiros. Nesta quarta-feira, dia 27 de abril, o Porta comandou um painel no Rio2C 2022, no qual sócios e talentos do grupo celebraram as recentes conquistas e anunciaram novidades. 

Entre os destaques para os próximos meses, está o Fundos do Porta, uma iniciativa que visa financiar a capacitação e a especialização profissional de minorias, com o objetivo de trazer talentos mais diversos na frente e atrás das câmeras. A ideia é contar com o apoio de marcas parceiras – que podem ser tanto de especialidades fora da indústria audiovisual quanto do próprio meio, como grupos de mídia, plataformas e instituições de ensino – para bancar cursos, aulas, viabilizar bolsas de estudo e promover workshops, entre outras ações, sempre visando o investimento nas competências para que essas pessoas tenham mais oportunidades no mercado. 

"A gente resolveu aproveitar esse momento em que toda a indústria está reunida para trazer à tona um assunto que é muito falado, mas de forma ainda restrita aos bastidores. Existem iniciativas ótimas no mercado, mas precisa de muito mais. Já temos verba angariada, tanto nossa quanto de parceiros, e queremos atrair muitos outros interessados a nos ajudarem com programas de estágio, bolsas de estudo e dinheiro mesmo. Pensamos em cursos de interpretação, roteiro, produção… A ideia é mexer na cadeia audiovisual como um todo", disse Christian Rôças, o Crocas, CEO do Porta dos Fundos, em entrevista exclusiva para TELA VIVA. 

Ele aponta que os cursos da área são caros e, as prioridades das pessoas, especialmente das minorias, são outras. Além disso, estamos enfrentando um momento de profunda crise financeira, o que também afeta a situação como um todo. "O mercado não para de crescer e constantemente precisa de novos profissionais – que sejam estudados, bem treinados e garantam a qualidade do audiovisual brasileiro", reforça.

No momento, o projeto está em busca de parceiros, e novos detalhes serão anunciados no segundo semestre, provavelmente em setembro, quando o grupo completa os dez anos. "Mas nossa intenção aqui foi aproveitar a indústria presente que tem o mesmo problema que a gente. Não é só o Porta que só tem homens brancos em sua sociedade. Muitas produtoras vivem a mesma situação. Não queremos fingir que não estamos vendo isso acontecer. Queremos contar com o apoio de todo parceiro que de alguma maneira dependa do audiovisual e se conecte com essa demanda de inclusão", completa. 

O projeto, segundo o CEO, tem seu lado altruísta também, para além do trabalho social, uma vez que a ideia é, nesse processo, atrair novos talentos para o Porta: "Precisamos de talento novo o tempo todo e em todas as etapas da construção do audiovisual. Queremos injetar energia para poder puxar talento. Tem muita gente talentosa por aí, mas falta oportunidade, treinamento e condições financeiras. O caminho é esse". Como a seleção dos nomes que integrarão o Fundos do Porta será feita é algo que ainda está em processo de análise pela empresa. 

"Todos saem ganhando com iniciativas como essa. E o Porta, particularmente, tem muito interesse em atrair gente nova. Queremos trazer outros pontos de vista, histórias e vivências. Se não vamos ficar contando a mesma história sempre, e as pessoas estão cansadas das mesmas histórias", conclui Crocas. 

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