"YouTube atua com base no tripé conteúdo, distribuição e audiência", diz Patrícia Muratoni, head da plataforma no Brasil

"O YouTube está em constante mudança. Hoje, vejo no mercado pessoas se perguntando o que importa mais: o conteúdo ou a distribuição. Para nós, falta um elemento ainda mais importante nessa equação, que é a audiência. Para o YouTube, tudo acontece com base nesse tripé: conteúdo, distribuição e audiência". A fala é de Patrícia Muratoni, Head do YouTube no Brasil. Nesta terça-feira, 27 de agosto, ela participou do painel de abertura do Congresso SET Expo 2019, onde falou sobre o atual mercado da plataforma de vídeos no Brasil e no mundo.

Ao lado de Patrícia, estava Marcelo Pinto, Edge Services Principal Sales Representative da Amazon para Latam. E ele concorda com a head do YouTube no que diz respeito à audiência. "O cliente, para a Amazon, é o mais importante. É o foco de todo o processo. Nossas soluções nascem dos desejos dos clientes.", garante o executivo. E ele prova: no ano passado, a Amazon Web Service lançou 1957 novas soluções e produtos – desse total, 90% surgiu diretamente de pedidos de clientes. Eles possuem uma plataforma na qual o público pode enviar suas sugestões e, segundo Pinto, a empresa acompanha diariamente esse feedback e atua com base no mesmo.

Patrícia relembra que a empresa nasceu a partir de um princípio simples e otimista: permitir a acessibilidade de conteúdo e informações para as pessoas ao redor do mundo todo. "No início, o YouTube surgiu e ficou conhecido como um mero repositório de vídeos. Mas, aos poucos, ganhou relevância, se destacando especialmente como um local onde as pessoas iam para aprender coisas e encontrar suas comunidades. Hoje, somos o segundo destino de busca das pessoas que acessam à internet, ficando atrás apenas do próprio Google.", reforça.

A executiva pontua que o momento atual se caracteriza pelo boom do consumo de vídeo e revela dados interessantes: dois bilhões de pessoas assistem vídeos no YouTube logadas na plataforma mensalmente, o que representa um quarto da população do planeta. O Brasil, que já foi detentor do segundo maior mercado mundial da plataforma, ocupa hoje o terceiro lugar, perdendo apenas para Estados Unidos e Índia. Além disso, a lista dos dez maiores canais do YouTube global traz dois brasileiros. "O que tem nos chamado mais a atenção é que o maior fluxo de público vê os vídeos por meio do celular. E, ainda assim, o consumo chamado de living room, isto é, pela sala de casa, também tem aumentado. Acreditamos que isso se deu por conta do acesso à banda larga e também das SmarTVs. É necessário que a gente se adapte a esse boom recente do mundo mobile.", afirma.

Entre as estratégias recentes da empresa que Patrícia destaca está um investimento em tecnologias para combate de fake news e informações incorretas propagadas pela web, projeto esse que se dá por meio de acordos com parceiros confiáveis; a Creators Academy, braço do YouTube voltado a incentivar e ensinar quem quer produzir conteúdo para a plataforma; e o YouTube Edu, que publica vídeos de conteúdos escolares em parceria com a Fundação Lemann. "Entendemos que o YouTube tem diversos impactos positivos. Nesse sentido, podemos falar, por exemplo, da jovem do interior de Minas Gerais Paloma Cipriano, que é a única brasileira que dá dicas de reforma no YT e assim, gera impacto social, ou dessa parceria com a Fundação Lemann que culmina em um impacto educacional.", acredita. "Isso mostra que nosso objetivo inicial, relacionado à acessibilidade, se mantém. Um bilhão de vezes por dia alguém aprende alguma coisa no YouTube.", conclui a executiva.

Já por parte da Amazon, a estratégia atual versa no sentido de aproveitar cada vez mais as novas tecnologias. "A tecnologia é o coração da mídia e do entretenimento e devemos seguir apostando nelas, principalmente para o maching learning, AI e analytics. Ela nos ajuda a entender melhor esse consumidor, cada vez mais interessado em conteúdos específicos.", disse Pinto. Para ilustrar, o executivo citou uma ação realizada em maio de 2018, na ocasião do casamento entre o Príncipe Harry e a atriz Meghan Markle. Em parceria com a Sky News, a empresa fez uso de recursos de machine learning para identificar os rostos das pessoas que iam chegando ao evento para entregar ao público informações a respeito daquele convidado – uma vez que a lista oficial não fora divulgada. "Mais tarde, isso virou um aplicativo, no qual o usuário podia selecionar especificamente o convidado sobre o qual ele queria obter mais informações. É um exemplo de como agir no caso de conteúdos que todos os players têm acesso e se diferenciar, já que o público busca por coisas cada vez mais específicas.", justifica.

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