Segundo Nec, sem redes wireless PNBL fica inviável

A solução para a massificação da Internet no Brasil e o sucesso do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) passa, necessariamente pela utilização em grande escala dos links sem fio principalmente nas redes de acesso. Essa é a opinião de Luiz Vilella, diretor de marketing e negócios da NEC Brasil, empresa que importa rádios digitais para o Brasil desde a década de 70.
Segundo ele, o mercado de rádios digitais sem fio movimentará algo próximo de R$ 1 bilhão no Brasil até o final do ano, valor que continuará crescendo nos próximos anos. Apesar do interesse da empresa no crescimento desse setor, o executivo defende que sua opinião não é tendenciosa, até porque a NEC também desenvolve soluções de comunicação óptica. "As redes de fibra óptica e de wireless não podem ser vistas como concorrentes, mas complementares. O problema é que essas fibras que o governo planeja utilizar no PNBL (da Eletronorte, Eletronet, Petrobrás e Telebras) não tem a capilaridade necessária para atender um país gigantesco como o nosso", diz. "E é aí, no backhaul, na última milha de localidades não atendidas ou pouco atendidas que os links de rádio digital podem crescer e se consolidar cada vez mais", acrescenta.
Segundo Villela, as soluções wireless apresentam baixo investimento de aquisição e custo operacional, por isso uma boa relação custo/benefício. "Os links podem atingir velocidades de transmissão de dados superiores a 1 Gbps. Além do mais, uma estação radiobase é instalada em uma ou duas semanas, bem mais rápido que um lance de fibra óptica, que pode demorar dois meses para ser instalado, sem falar dos problemas com autorização e direitos de passagem", compara. De acordo com Eduardo Ribeiro, gerente de negócios de transmissão da NEC Brasil, os rádios digitais também podem ser utilizados em backbone. "Isto ocorre principalmente no caso de teles novas, em início de operação, em cidades pequenas", explica.
E, para ele, o crescimento do mercado de rádios digitais não está restrito a pequenas cidades e localidades ainda não cobertas, mas inclusive em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. "Em áreas onde existe gargalo no backhaul, os links sem fio são uma solução rápida, dinâmica e barata para as operadoras resolverem determinados problemas pontuais", diz. "Uma grande operadora móvel de São Paulo está fazendo muito isso", acrescenta.
De acordo com ele, não só a evolução das redes de terceira geração (3G) para as redes de quarta geração (4G ou LTE), mas também eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que acontecerão no Brasil, também demandarão grande necessidade de novos links wireless de alta capacidade em áreas não atendidas e já atendidas por redes com fio.
Telefônica e Vivo
Quando questionado se a compra da Vivo pela Telefônica pode gerar uma substituição de links sem fio por redes ópticas, Villela respondeu que sim, mas não em curto prazo. "A Vivo ainda está muito baseada em rádio, imagino que a Telefônica vai aproveitar essa infraestrutura e substituir por fibra óptica com o tempo, à medida que a demanda for aumentando primeiramente em algumas localidades pontuais", prevê.
iPasolink
De olho na migração das redes 3G para o Long Term Evolution (LTE) no Brasil, a NEC está trazendo para o país a plataforma iPasolink. Trata-se de uma nova versão de rádios digitais da família Pasolink, que comercializou cerca de 1,5 milhão de equipamentos em 141 países, sendo aproximadamente 70 mil somente no Brasil.
O principal diferencial do novo equipamento é o seu suporte à evolução do atual TDM híbrido e backhaul Ethernet para o transporte de tráfego IP exigido pelo padrão LTE. E sua capacidade de transmissão de dados, que pode chegar a até 880 Mbps. "O custo/benefício é excelente, pois essa banda é 2,5 vezes maior que a da solução anterior da família Pasolink por um investimento somente 20% maior", diz Villela.
Segundo ele, cerca de 95% dos clientes dessa solução são as grandes operadoras, e os outros 5% são as prefeituras e grandes empresas.
O equipamento é produzido no Japão e estará disponível para venda no Brasil a partir de outubro.

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