Loading demite equipe e encerra toda a grade programação original

A Loading, lançada em dezembro de 2020 como "um player multiplataforma voltado a todos os universos do entretenimento jovem", demitiu nesta semana cerca de 50 profissionais de sua equipe e cancelou toda sua grade de programação original. Até agora, ninguém do canal se posicionou a respeito do assunto – procurados por esse noticiário, o CEO da Loading não retornou, nem a assessoria de imprensa responsável pela marca. Apesar de não existir uma confirmação oficial, os profissionais que trabalhavam na Loading já estão se manifestando sobre o assunto nas redes sociais. Todos foram pegos de surpresa e dispensados antes mesmo de poderem colocar no ar edições de despedida dos programas. No momento, o canal está transmitindo apenas animes e reprises. 

A notícia saiu na última quinta, 27, primeiramente no eSports Observer e foi confirmada por TELA VIVA junto a parceiros do canal. Uma fonte disse ao eSports que a Loading estava com dificuldades financeiras devido à falta de vendas de publicidade e que os funcionários foram informados em uma reunião, no próprio dia 27, do encerramento das operações do canal – nenhuma produção original ou programa ao vivo seria transmitido a partir daquele ponto e a equipe estava dispensada a partir de segunda-feira, dia 31 de maio. 

Ainda segundo fontes do eSports Observer, o Grupo Jovem Pan – que já anunciou planos de uma expansão para a TV – fez uma oferta para comprar a frequência da Kalunga, que aceitou e, por isso, acelerou o desligamento. TELA VIVA apurou que a Jovem Pan já está em contato com potenciais parceiros comerciais para distribuição de seu sinal de TV em outras plataformas.

A Loading é um canal pertencente ao Grupo Kalunga, responsável pela loja de papelaria e eletrônicos e patrocinador master da organização de eSports RED Canids Kalunga, que detém uma vaga na franquia do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL). O grupo comprou a estrutura e o sinal de TV da antiga MTV, em São Paulo – a Loading também ocupava o prédio da MTV, no bairro Sumaré – mas aparentemente desistiu do investimento por falta de retornos. 

Em termos de audiência, a Loading ia bem: em 20 de março, por exemplo, transmitiu com exclusividade a final do campeonato da Liga Brasileira de Free Fire 4 (LBFF). Durante a transmissão do campeonato na TV aberta, a Loading alcançou 1.1 milhão de pessoas (projeção Brasil), garantindo o maior patamar de audiência da série histórica, superando três das principais emissoras abertas, segundo dados da Kantar Ibope Media. O sucesso também aconteceu nas plataformas digitais – no simulcast, o dia 20 registrou 66.5M de minutos assistidos com um total de 34.1M de visualizações. O principal destaque da audiência foram os adolescentes de 12 a 17 anos: de todos que estavam assistindo TV linear na faixa horária do campeonato, 9% estavam na Loading. Este resultado colocou o canal à frente de quatro tradicionais emissoras abertas.

Planos de expansão 

No final de janeiro de 2021, a Loading anunciou um plano de expansão de seu sinal para todo o Brasil, que tinha como objetivo ampliar a cobertura por meio do mercado de TV por assinatura. Os dois primeiros acordos foram com a Oi, por meio das plataformas DTH e IPTV, além do Oi Play, e com a Vivo. Para centralizar essa operação, a Loading fechou acordo com a Stenna Media Brasil, empresa que passou a ser responsável pelas tratativas. Conforme apurou este noticiário, o parceiro na distribuição em TV paga também foi pego de surpresa com as notícias e não está conseguindo responder os operadores que carregam o sinal e buscam por mais informações sobre o futuro do canal. 

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