Globoplay ainda tem desafio de fazer consumidor entender seus pilares de conteúdo

O Globoplay, streaming do Grupo Globo, trabalha hoje com um modelo híbrido, que oferece três possibilidades aos espectadores: a navegação anônima, onde o consumidor entra na plataforma e assiste a conteúdos como trechos de novelas e jornalísticos sem barreiras; o logado free, que pede um login mas é gratuito, cujas ofertas são íntegras de jornais, sinal aberto da TV e alguns conteúdos humorísticos; e a assinatura propriamente dita, que dá acesso a todo o conteúdo. O desafio, segundo Tiago Lessa, head de marketing, CRM e Inteligência Globoplay, é fazer o público entender o que exatamente está incluso nesse "todo o conteúdo".

Durante painel do SET Expo 2019 nesta quarta, 28, Lessa descreveu os quatro pilares de conteúdo da plataforma. São eles: o conteúdo Globo de maior sucesso, com os talentos do canal, como novelas, humorísticos, variedades, jornalísticos e realities; o conteúdo Globosat, presente em alto volume, com opções para diferentes públicos, uma vez que o grupo tem canais que produzem para variados nichos; o conteúdo licenciado, com séries inéditas, filmes de sucesso, clássicos de todos os gêneros; e o conteúdo original, exclusivo e inédito que, de acordo com o diretor, oferece uma diversidade única, "a cara do Brasil", e usa os estúdios Globo para obter a qualidade que a emissora já tem. Aqui entra ainda a recente parceria entre a plataforma e a Som Livre – juntas, as marcas produzirão conteúdo original para a nova aba "Música" do Globoplay.

O head de marketing define que os desafios a curto prazo são três: explicar que o Globoplay, sendo uma extensão do universo Globo, não é só uma plataforma de catch-up do sinal linear da emissora; que o Globoplay tem conteúdo original com a marca de qualidade Globo mas que não está disponível na grade da emissora; e o último, já citado, que é fazer o consumidor entender que como serviço de SVoD, o Globoplay reúne tudo em um só lugar. "No fim das contas, o nosso objetivo segue sendo o mesmo que a Globo adota desde o início: atingir todo o Brasil, com conteúdos para cada brasileiro. E não é só acervo, e sim acervo de qualidade. Alguns players ainda batem muito na tecla da quantidade, mas não adianta tê-la se o acervo não se conectar com as pessoas.", esclarece.

Para Lessa, as vantagens são o conhecimento do público brasileiro, que já está totalmente familiarizado com a emissora, e a produção de conteúdo de qualidade, praticamente uma tradição da casa. "Os players globais têm um enorme poder financeiro, mas nem sempre seus conteúdos atraem o brasileiro como as nossas novelas e programas com talentos brasileiros já conhecidos. Apostamos muito nisso. Mas temos um desafio especial com o público mais novo, que ainda não traz essa relação afetiva com a Globo.", destaca. "Nosso fôlego financeiro é obviamente menor do que o dos players de fora, então precisamos fazer apostas certas. No caso dos licenciados, buscamos bandeiras grandes, que façam esse conteúdo chamar a atenção, como o fato dele ser exclusivo no Brasil ou ser um clássico, como 'The Big Bang Theory' ou 'The Good Doctor'. No caso dos originais, investimos na produção, que é uma marca do grupo – a exemplo dos novos estúdios recém-lançados.", completa.

Por fim, no que diz respeito à publicidade, ele diz acreditar muito na inserção da marca dentro do conteúdo: "A Netflix não tem publicidade mas há um monte de produto dentro de 'Stranger Things', por exemplo. Se isso é bem feito, a marca criou seu anúncio ad eternum, porque ele vai ficar ali enquanto a série estiver disponível. Mas isso só funciona com marcas que têm propósito e que vão perdurar no mercado. Não funciona para marcas passageiras. É um novo caminho.".

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