MCTIC diz que esperará testes das teles para opinar sobre faixa de 3,5 GHz

Vitor Menezes, secretário de Telecomunicações do MCTIC

O secretário de telecomunicações do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Vitor Menezes, declarou nesta sexta, 27, durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, organizado pela TELETIME e realizado no Rio de Janeiro, que o ministério aguardará os testes das operadoras de telecomunicações em relação às interferência de 5G na banda C do satélite antes de opinar sobre a política pública a ser recomendado para a Anatel na questão do edital da faixa de 3,5 GHz. Os testes das operadoras, como adiantou este noticiário, acontecem no mês de outubro

"Tínhamos um endereçamento (para a questão da banda C) e agora queremos ouvir para ver o que vem do teste. No caso do 5G, temos o leilão do ano que vem, temos que pensar o que quereremos: além da reforma do setor e modernização, queremos utilizar os recursos para atender as áreas não cobertas com banda larga. É importante usar os recursos para isso. Mas temos a realidade das TVROs, e a radiodifusão é tão importante quanto telecom. Ninguém vai ter nenhum tratamento privilegiado. Existe um equilíbrio a ser buscado. Quanto mais dinheiro usar para mitigação, menos dinheiro sobra para levar Internet em regiões remotas. É isso que está na mesa. Entendo que nesse momento cada uma das partes esteja 'bidando' no limite para negociar, mas acredito que será possível um entendimento", disse o secretário.

Menezes lembrou que o Brasil ainda tem 30% de domicílios desconectados e que vencer esta barreira é muito difícil. "Precisa de recurso público, e esse recurso é escasso. A nossa oportunidade é agora (com o leilão de 5G)."

Vantagens e desvantagens

Segundo Menezes, os dois modelos apresentados apresentam vantagens e desvantagens, referindo-se à proposta dos radiodifusores, de migrar as transmissões de TV na banda C para a banda Ku e a proposta das teles, de instalar filtros apenas nas localidades em que de fato houver interferência. "Mas há muita questão em aberto. Teremos ou não switch off? Como será a transmissão simultânea? Teremos que esperar o 5G para desligar a banda C?", questiona. Ele destaca que nos testes da Anatel não foram apresentados filtros capazes de resolver o problema, por isso o próprio MCTIC vinha defendendo a migração dos canais de TV distribuídos na banda C para a banda Ku.

"A Anatel fez testes acompanhados por todos e não apareceram filtros. Agora temos outros fornecedores e ampliação da banda de guarda. Recebemos inputs de outros países que têm colocado filtros com sucesso. Mas nenhuma das situações é 100% garantida e precisamos escolher com sabedoria. Estamos de ouvidos abertos, queremos ouvir o setor. O CPqD vai acompanhar os testes e queremos aguardar para ver o que vem", disse ele, ressaltando que nada disso significa que esteja havendo um adiamento do edital de 5G para 2021. "Não estamos adiando o edital para 2021. O setor de satélite, telecomunicações e radiodifusão não querem segurar o edital. Mas estamos falando de gastar R$ 2 bilhões a mais ou a menos, e isso é importante. Não são duas ou três semanas que farão a diferença", disse o secretário de telecomunicações.

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