A Federação Paulista de Futebol, que divulgou ter recebido proposta de R$ 70 milhões da Rede Record pelos direitos de TV para o Campeonato Paulista de Futebol na temporada 2008-2010, ainda não se manifestou oficialmente sobre a contra-oferta feita pela Rede Globo ? a versão extra-oficial é de que a emissora teria igualado a proposta da Record. A FPF promete um pronunciamento para breve.
Nos bastidores, circula a versão de que a federação toma vantagem sobre o embate das concorrentes para subir os valores negociados, mas isso é da própria natureza dos detentores de direitos.
No entanto, há dúvidas do mercado de que o campeonato em questão traga assim tamanho retorno comercial que justifique o aumento de investimentos. Isto porque: 1) acontece no primeiro quadrimestre do ano, tradicionalmente um período de retrações nos investimentos em mídia; 2) apenas parte dos jogos dos grandes times fica disponível para a TV aberta e a maioria dos clássicos acaba na TV fechada ou em pay-per-view.
Aos que duvidam do poder de fogo da Record, a emissora dá sinais de que se mantém disposta a brigar por todos os campeonatos que julgue de interesse e que tem respostas do mercado de que conseguirá negociar os seus produtos.
Na Globo, mesmo com setores que acreditam que a Record não tenha cacife para tanto e que faça as propostas apenas para fazer a concorrente gastar mais, a linha tem sido não ceder território e pagar o quanto for preciso. Nem o endividamento da empresa seria o limite para essa atuação. Por enquanto, aparentemente, quem leva vantagem são os clubes.
Estados Unidos
Uma situação atual na maior indústria de TV do mundo mostra que nem sempre os clubes/ligas ditam todas as regras. Três grandes operadoras de cabo do mercado norte-americano, a Time Warner, a Cablevision e a Charter tiraram o canal da poderosa NFL (liga de futebol americano) de seu line-up. Mesmo com a rede transmitindo alguns jogos dos times da liga nas noites de quinta e domingo, as operadoras não pensam em rever a decisão. Isso porque a liga mais do que triplicou o seu preço por assinante, além de ter exigido o carregamento do canal no pacote básico. A Time Warner relatou ao The New York Times, que, com seus 13,5 milhões de assinantes, pouquíssimos reclamaram da ausência do canal.