Publicidade
Início Newsletter (Pay-TV) Pelo 2º ano, OcupaTrans é selecionado para participar do Cannes Lions e...

Pelo 2º ano, OcupaTrans é selecionado para participar do Cannes Lions e busca apoiadores

Guilhermina de Paula, fundadora do Projeto OcupaTrans (Foto: @brenodamatta)

Assim como em 2024, o OcupaTrans, projeto que fomenta a acessibilidade e participação de pessoas transgênero em eventos e nos múltiplos espaços da indústria criativa brasileira, foi selecionado pela organização do Festival Internacional Cannes Lions para participar do evento em sua edição de 2025, que será realizada entre os dias 16 e 20 de junho, na França. Escolhido pelo Programa ERA (Equidade, Representatividade e Acessibilidade) do Cannes Lions, o OcupaTrans receberá dez passes para o festival – quatro a mais do que no ano passado. Com isso, o projeto inicia o processo de captação de apoios e patrocínios para financiar passagens, traslados, hospedagem e alimentação e, então, viabilizar a ida de profissionais de publicidade selecionados para participar do festival.

“Em 2024, tínhamos um sonho: levar pessoas trans para o maior evento de publicidade do mundo. Parecia impossível, mas com muito trabalho e apoio de parceiros, conseguimos marcar a presença de cinco pessoas trans na França, com tudo pago. Neste ano, com muita felicidade, anunciamos que novamente fomos contemplados com ingressos para repetir a dose daquilo que um dia era impensável. E a meta se torna ainda mais ambiciosa: levar dez pessoas para o festival na França”, afirma Guilhermina de Paula, fundadora do Projeto OcupaTrans.

Com quase dois anos de atuação, o OcupaTrans já viabilizou o ingresso de dezenas de seus participantes – pessoas trans, travestis e não-binárias no Festival do Clube de Criação e no Festival Whext, ambos realizados em São Paulo. No ano passado, inclusive, Guilhermina de Paula foi mediadora em um dos painéis do Festival do Clube de Criação.

Empregabilidade deficitária

Não bastasse lutar pela sobrevivência, já que o Brasil segue, pelo 17º ano consecutivo, como o país que mais mata pessoas trans no mundo, outro grande desafio é a empregabilidade. Segundo dados apurados pelo Projeto OcupaTrans a partir de informações publicadas pela mídia brasileira, no Brasil apenas 4% dos transgêneros têm carteira assinada. Mas, de acordo com Guilhermina, “seja pela agenda de diversidade ou por iniciativas como a TransEmpregos e agora o OcupaTrans, há uma luz à frente”.

Dados do censo de inclusão nas agências brasileiras de 2023 são ainda mais preocupantes: “O ODP (Observatório de Diversidade da Publicidade) mostra que apenas 1% das pessoas trans e travestis têm emprego formal, e ainda não há pessoas trans e travestis em cargos de liderança”, aponta a fundadora do OcupaTrans. Para ela, isso ocorre porque essa população muitas vezes é expulsa de casa ainda criança e, com isso, não tem acesso à educação e precisa recorrer à prostituição, pornografia e outros subempregos à margem da sociedade para sobreviver.

“Lutamos para mudar esse cenário e contamos com o apoio não apenas de empresas do mercado publicitário, mas de toda a comunidade. Conseguir levar mais uma vez integrantes do OcupaTrans ao Cannes Lions seria outra grande vitória nesse caminho”, conclui. Para falar diretamente com o Projeto OcupaTrans, é possível enviar mensagem pelo WhatsApp por meio do número 11 99113-6611.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile