A Prefeitura do Rio anunciou a liberação de R$ 131 milhões para o setor de audiovisual. A RioFilme, empresa vinculada à Secretaria Municipal de Cultura, garantiu o investimento de R$ 100 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual, por meio de uma parceria com a Agência Nacional de Cinema (Ancine), para os editais previstos para 2025. O município liberou R$ 31 milhões para os projetos selecionados em 2024.
“Temos a visão do audiovisual como uma indústria. Desde o início do mandato anterior, em 2021, buscamos entender a importância e demonstrar a necessidade dessa indústria para a cidade. Daremos todas as condições para que a indústria do audiovisual possa crescer ainda mais. Olhamos para essa indústria como um elemento fundamental, como um dos eixos mais importantes para o desenvolvimento econômico da cidade. Temos que aproveitar esse momento com o sucesso de ‘Ainda Estou Aqui’ para fortalecer o audiovisual”, afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), durante evento no Palácio da Cidade, em Botafogo, nesta terça, 28.
Os editais de 2025 da RioFilme, que já contarão com os recursos de R$ 100 milhões da parceria com a Ancine, serão anunciados a partir de abril. O prefeito do Rio ainda assegurou que a esse valor serão acrescidos os investimentos que a cidade ainda anunciará.
“Esse é um grande anúncio junto com a Ancine, que assinou uma resolução que precisávamos para poder utilizar os R$ 100 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual. A partir de agora, podemos trabalhar os nossos editais de 2025. Esse é um recurso inédito. Um dos nossos compromissos é atrair novos investimentos para o Rio. É ter a garantia dos investimentos da prefeitura, mas também buscar opções para multiplicar os investimentos na cidade do Rio”, disse o presidente da RioFilme, Leonardo Edde.
O presidente da Ancine, Alex Braga, celebrou a parceria com a Prefeitura do Rio para o fomento do audiovisual carioca: “A casa do cinema brasileiro é o Rio de Janeiro. O cinema brasileiro é efeito de uma indústria de criação, inovação e, por consequência, o Rio é o espaço adequado, o motor de crescimento dessa atividade. Do Rio alcançamos outros municípios, do estado do Rio alcançamos todo o Brasil. Hoje estamos celebrando essa parceria para fomentar o audiovisual no Rio, a cidade que mais consome produtos audiovisuais”.
Outro ato celebrado no evento foi a assinatura de dois decretos para tornar o Rio ainda mais atrativo para a realização de produções audiovisuais. Após a regulamentação dos documentos, um dos avanços será a criação de uma tabela para precificar equipamentos públicos municipais que forem usados como set de filmagens, iniciativa que oferecerá maior previsibilidade orçamentária aos produtores.
Investimento maciço
Desde 2021, a Prefeitura do Rio realizou o maior investimento da história no audiovisual carioca. Foram mais de R$ 139 milhões distribuídos em diferentes áreas, atraindo potencialmente mais de R$ 431 milhões para a cidade. Se somados os valores investidos pela prefeitura com os valores atraídos potencialmente para o município, totalizam-se mais de R$ 571 milhões para a economia do Rio de Janeiro, oriundos da indústria audiovisual.
Esses valores investidos, que contaram em 2023 com recursos da Lei Paulo Gustavo, alavancaram 417 projetos, entre filmes, cinemas de rua, cineclubes, festivais e cursos de formação na periferia, por meio das ações locais que ocupam territórios de maior vulnerabilidade social.
Na gestão passada, entre 2021 e 2024, o Rio alcançou o posto de uma das cidades mais filmadas do mundo. Segundo dados da Rio Film Commission, em 2023, o Rio ultrapassou Paris, na França, em número de diárias autorizadas: foram 7.885 diárias de filmagem, o que significa que todos os dias pelo menos 21 sets de gravação estavam trabalhando nas ruas, praias, parques e praças da cidade, levando o Rio para as telas do Brasil e do mundo. A capital francesa autorizou 7.400 diárias de filmagem em 2023. Em 2024, os resultados foram ainda mais positivos: o Rio foi cenário para 8.782 diárias de filmagem, de 505 produções. Desse total, 27 eram produções internacionais, que escolheram o Rio como set de 748 diárias de gravação, o que representa quase 10% do total de filmagens realizadas na cidade.
Dados da RioFilme mostram que foram gerados quase 5 mil postos de trabalho na área técnica e quase 7 mil entre atores e figurantes, o que revela que esse investimento gerou diretamente quase 12 mil postos de trabalho, além da economia movimentada indiretamente nos bairros e ruas com as equipes trabalhando em seu entorno. Além disso, os editais da RioFilme lançaram ou apoiaram mais de 70 cursos de formação profissional na área do audiovisual, propiciando que 386 alunos pudessem se qualificar e se inserir no mercado de trabalho.
Sobre as políticas afirmativas para a democratização dos recursos investidos pela Prefeitura, a Riofilme divulgou que, a partir de sua política de pontuações adicionais, a maioria das propostas aprovadas eram lideradas por mulheres, por pessoas pretas e por moradores de áreas de maior vulnerabilidade social da cidade, nas zonas de IDH mais baixo.
O programa de fomento em audiovisual da Prefeitura propiciou também a democratização do acesso da população ao conteúdo audiovisual. A partir de ações da Riofilme, foram realizadas reformas, reaberturas e modernização de sete cinemas de rua cariocas.