RioFilme anuncia investimento de R$ 131 milhões para o audiovisual carioca

Leonardo Edde, da Riofilme, anuncia investimentos no audiovisual carioca. Na foto com Márcio Tavares, do MinC, e Alex Braga, da Ancine. (Crédito: Divulgação)

O presidente da RioFilme, Leonardo Edde, anunciou nesta quinta, 29, um investimento de mais de R$ 131 milhões na indústria audiovisual carioca em 2024. O anúncio ocorreu durante um painel no Rio2C, que contou com a presença do secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, e do presidente da Ancine, Alex Braga. O montante é composto por R$ 31 milhões do orçamento da prefeitura do Rio de Janeiro, já contratados, e R$ 100 milhões provenientes dos arranjos regionais do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

Os recursos do FSA serão operacionalizados por meio de um acordo de cooperação técnica assinado com a Ancine, que estabelece os parâmetros para a gestão dos editais. A RioFilme abrirá uma consulta pública sobre as novas linhas de fomento entre os dias 2 e 15 de junho, com a abertura das inscrições prevista para 25 de junho.

Entre as novas linhas, está um edital para produção de longas-metragens de baixo orçamento, definidos como projetos com custo de até R$ 5 milhões, nos quais a RioFilme poderá investir até R$ 2,5 milhões. Outras linhas incluem a complementação de séries de ficção e animação, com valor máximo de R$ 4 milhões por projeto, e a produção de documentários em formato de longa-metragem, telefilme ou série, com aporte de até R$ 1 milhão. Também serão lançados editais para desenvolvimento de projetos, com investimento mínimo de R$ 250 mil, e para distribuição de longas-metragens.

Para o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, a parceria reforça o papel estratégico do setor. "Leo, conte com a gente, conte com o Ministério, e vamos trabalhar juntos para consolidar essa agenda de transformação do audiovisual brasileiro num eixo estratégico de desenvolvimento".

O presidente da Ancine, Alex Braga, detalhou o contexto da parceria, destacando-a como o primeiro arranjo de recorte regional do Fundo Setorial, que sucede a aliança com a EBC para o fortalecimento da TV pública. Ele ressaltou três pontos que fundamentam o acordo. O primeiro é a transparência, exemplificada pela divulgação do Observatório do Audiovisual Carioca, que utiliza dados como um ativo para orientar e legitimar políticas públicas. O segundo é o compromisso com a integridade, formalizado pela adesão da RioFilme e da EBC ao Pacto Brasil, uma iniciativa da CGU apoiada pela Ancine que promove a boa relação entre os setores público e privado. O terceiro é a compreensão do audiovisual como um setor estratégico e motor de crescimento da economia. "Destaco mais uma vez a importância, a relevância do Rio em toda essa estratégia, tanto do ponto de vista dos investimentos, mas também do ponto de vista do fortalecimento das estruturas e dos pilares que garantem não só a continuidade, mas a maior eficiência desse investimento. Obrigado, RioFilme, pela parceria. Obrigado, EBC, pela parceria. Sem dúvida nenhuma, vocês ajudaram a Ancine e o Ministério da Cultura a tomar decisões melhores e a ter melhores parâmetros para tomar as decisões", afirmou Braga.

Polo

O Rio de Janeiro se consolida como um polo para o setor audiovisual, sendo o décimo maior setor da economia da cidade, movimentando mais de R$ 4 bilhões em 2023, um crescimento de quase 70% em relação a 2019. A indústria gera mais de 20 mil empregos formais na cidade. Em 2023, a Rio Film Commission autorizou um recorde de 8.782 diárias de filmagem, o que representa uma média de 25 sets de filmagem operando por dia. Com esse número, a cidade superou Paris pelo segundo ano consecutivo e se tornou a mais filmada da América Latina.

A cidade também apresenta resultados na formação de público. O market share de filmes brasileiros no Rio foi de 10% no ano passado, enquanto a média nacional foi de 4,5%. Em 2024, 90% da renda do cinema brasileiro veio de projetos cariocas.

Iniciativas da prefeitura buscam potencializar a indústria, como o programa de cash rebate, que oferece um incentivo de até 35% para produções de fora da cidade. Segundo Edde, o programa apresentou um retorno de 700% sobre o investimento em seu segundo ciclo. Outros investimentos incluem o apoio à infraestrutura, como a reforma e duplicação dos estúdios Quanta, que receberam R$ 92 milhões, e a reabertura ou modernização de sete salas de cinema, com um aporte de quase R$ 6 milhões, parte via leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc.

As novas linhas de fomento buscam dar continuidade a esse crescimento, com o objetivo de criar uma política pública sustentável e perene para o setor, conforme defendido por Edde. Após o lançamento dos editais, a RioFilme planeja solicitar um novo ciclo de arranjo regional junto ao comitê gestor do FSA em julho, buscando ampliar ainda mais os investimentos até o final do ano.

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