Série sobre o assassinato de Ângela Diniz é a aposta da área de ficção da Max

O diretor Andrucha Waddington e os atores Marjorie Estiano e Emilio Dantas (Foto: Divulgação Rio2C)

A Maxem breve HBO Max – apresentou seu painel de novos conteúdos no palco do Rio2C nesta quinta-feira, 29 de maio. Um dos grandes destaques foi a nova série de ficção, "Ângela Diniz: Crime da Praia dos Ossos", que é baseada no podcast "Praia dos Ossos", da Rádio Novelo, e conta a história do assassinato da socialite. No evento, foi exibido um teaser da produção, que estreia ainda este ano com exclusividade na plataforma em seis episódios. 

"O projeto foi idealizado e desenvolvido pela Conspiração por quase cinco anos. Quando foi apresentado a nós, logo entendemos que era importante revisitar essa história e falar dos seus desdobramentos até os dias de hoje, que são tão emblemáticos. Na época do julgamento, o advogado usou a tese de legítima defesa da honra, que acabou abrandando a pena. Logo depois houve um grande movimento da sociedade para reverter essa situação. É uma discussão muito relevante", pontuou Renata Rezende, diretora sênior de produção de conteúdo scripted da WBD Brasil

O diretor da série, Andrucha Waddington, comentou: "A legítima defesa da honra caiu como tese só em 2023, isto é, 47 anos depois do crime. Isso prova como a discussão é muito atual. A gente acha que as coisas mudaram, mas tem muito para mudar ainda. Ângela foi assassinada duas vezes. A segunda foi no tribunal. É assunto muito importante para o debate". 

Marjorie Estiano interpreta Ângela e, Emilio Dantas, o Doca Street, responsável pelo crime de feminicídio. A atriz contou que o processo de preparação foi longo e complexo. "Fomos sempre muito cuidadosos. São pessoas reais, com suas famílias. Sempre tivemos esse olhar de cuidado e coletivo com o texto, frases, nomes, circunstâncias. Ainda somos uma narrativa fictícia, e assumimos algumas liberdades para contar a história nesse formato. Mas mostrar essa persona como ele era de verdade era muito importante para nós. Ângela foi essa mulher ensolarada, livre, formada no patriarcado como todas nós, e que decidiu romper com tudo isso. De forma até ingênua. Ela tinha um enfrentamento inconsequente", observou. 

Dantas completou que a série prezou por essa questão comportamental, revisitando o comportamento da época para que as pessoas possam refletir sobre o nível de absurdo que era. "Tivemos a preocupação de não levar intenção aos fatos que não tínhamos conhecimento realmente, como o momento do assassinato, ou os momentos dos dois onde não havia testemunhas. Mas, para mim, foi muito difícil manter a imparcialidade desse personagem", acrescentou. 

Outros projetos

Na apresentação, Rezende mencionou ainda outras produções de ficção que serão lançadas em breve pela Max, como a segunda temporada de "Cidade de Deus: A Luta Não Para", novamente com produção da O2 Filmes e direção de Aly Muritiba, que atualmente está em fase de finalização. Outro destaque é "Véspera", série baseada no livro homônimo de Carla Madeira, na primeira adaptação de uma obra da escritora para o audiovisual. "É um livro lindo e uma história muito profunda", elogiou a executiva. O projeto é uma produção da Boutique Filmes com direção de Joana Jabace. No elenco, estão nomes como Gabriel Leone e Bruna Marquezine. 

Por fim, está "Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente", que se passa durante a epidemia de AIDS no Brasil nos anos 1980/90. O drama de cinco episódios é inspirado em acontecimentos reais e conta com direção-geral de Marcelo Gomes e direção de Carol Minêm. A produção da trama é assinada pelo trio da Morena Filmes, formado por Mariza Leão, Thiago Pimentel e Tiago Rezende. Os roteiros são de Patricia Corso e Leonardo Moreira. A série foi selecionada para o Festival de Berlim deste ano e a Max aposta no impacto global do conteúdo

A minissérie retrata a história de um grupo de comissários de bordo no Rio de Janeiro, liderados por um chefe de cabine gay e com HIV, que cria um esquema de contrabando de AZT, um medicamento antirretroviral para pacientes com AIDS, para salvar vidas de pessoas com a infecção no Brasil. Na época, o medicamento não tinha venda autorizada no país, mas era a única esperança para quem fosse diagnosticado – principalmente no estágio avançado da doença. Os protagonistas são os atores Johnny Massaro, Ícaro Silva e Bruna Linzmeyer. 

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