Net Serviços reconhece que mercado de TV paga poderá esfriar com a crise

As incertezas econômicas e o alto valor do dólar no Brasil preocupam o presidente da Net Serviços, José Félix.  Ele disse, durante o 56º Painel Telebrasil nesta quinta-feira, 30, em Brasília, que esses e outros fatores podem influenciar o crescimento da empresa, que poderá não chegar às metas de expansão geográficas previstas para o ano.

O cenário de crescimento do PIB menos favorável também é uma das variáveis que pesam contra, diz Felix. Mas um fator muito crítico nesse momento tem sido o câmbio. A empresa, explica Felix, compra ativos para infraestrutura e prestação de serviços na moeda americana, e vende serviços em reais. “O câmbio não é bacana para nosso negócio, impacta o nosso crescimento, na compra de equipamentos”, afirma. Félix diz que estava satisfeito com o valor de R$ 1,80, mas o valor atual de R$ 2,05 prejudica a empresa. “Não somos como o setor automobilístico, que consegue compensar com exportação”, reclama.

O presidente da Net Serviços diz que a empresa começará a pensar no orçamento para 2013 entre setembro e outubro, mas enxerga uma tendência de “continuação do cenário”, crescendo no mesmo ritmo. Em números absolutos, este setor deverá continuar com 900 mil novos domicílios por trimestre, mas com taxa de crescimento de 22% – menor em relação ao crescimento de 30% registrado neste ano. “A Net não é uma empresa muito alavancada, tanto que a nossa dívida é menor do que o Ebitda. Mas já vivemos épocas de mais incertezas, como em 2008.”

José Félix afirma que a companhia continuará nas ações de cross-selling com a Embratel e Claro, oferecendo serviços de telefonia fixa e móvel, além de banda larga móvel, junto com as plataformas de banda larga fixa e TV paga. Ao todo, os investimentos da Net Serviços para 2012 fecham em R$ 2,5 bilhões, mas ainda não há previsão para 2013. “Com o SeAC, muda a nossa esperança, queremos investir no crescimento de negócios, como em outras cidades”, diz.

Porém, até mesmo a expansão geográfica está incerta: Felix reconhece que a meta de 50 cidades adicionais em seu portfólio até o final de 2012 está “cada vez mais difícil”. A demora, diz o executivo, se dá por conta da organização societária: depois do SeAC, foi preciso eliminar os vínculos de controle com a Globo. Felix reconhece que as demandas não são indevidas, mas diz que isso poderia ser agilizada. “Até ontem, a Globo fazia parte do controle da Net, então é natural levar um tempo para que todo o vínculo seja quebrado, é muito papel, burocracia”, conclui Félix.

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