Novas plataformas quebram oligopólios, diz Chris Deering

?Todas as mudanças na mídia, desde o cinema falado, acontecem por conta de uma ruptura tecnológica.? É como Chris Deering, chairman do portal de distribuição de vídeo Jalipo abriu o Congresso TV 2.0, que acontece nesta terça e quarta-feira, promovido pelas revistas TELA VIVA e TELETIME. Se o mercado sobrevive ou não a esta mudança, tudo depende do valor de seu conteúdo ao usuário. ?A ruptura na indústria musical cortou pela metade o valor deste mercado. Tínhamos que comprar 12 músicas mesmo que quiséssemos apenas cinco, o que não é mais necessário?, explica Deering. Para o executivo, a era em que havia controle sobre o conteúdo acessado pelos usuários se foi. "Programadores e produtores não estão fora do jogo, mas precisam ser diferentes".
Segundo ele, a grande revolução dos modelos de distribuição de vídeo que usam a Internet é a possibilidade de trabalhar com menor escala de público. ?Distribuir conteúdo por satélite tem um custo fixo, não importa para quantas pessoas esse conteúdo seja distribuído. Na Internet, o custo de distribuição é variável?, disse. Para o executivo, com as novas plataformas, os oligopólios de distribuição devem ser quebrados, abrindo oportunidades para novos players, como o próprio Jalipo. A empresa se apresenta como uma infra-estrutura de distribuição, mas que não compra os direitos do conteúdo que distribuí. ?O detentor vende seu conteúdo diretamente ao usuário, sem ter de ceder direitos para terceiros?, explicou. A Jalipo cobra 20% de comissão sobre o conteúdo comercializado em sua rede.
Dentro das novas plataformas, Deering aposta que deve haver um aumento de demanda por conteúdo long tail com exibição ao vivo. ?Há mais de 10 milhões de fãs de vôlei na Europa, mas virtualmente nenhuma transmissão comercial na televisão?, justificou.

IPTV

Para Deering, a IPTV ?está dirigindo a próxima onda de crescimento da banda larga para conteúdos de alta qualidade, com direitos controlados?. Segundo o executivo, a IPTV diminuiria o churn da banda larga das redes de telecom, que representam, como mostrou, um mercado de 38 bilhões de libras no Reino Unido, contra um mercado de televisão de 11 bilhões de libras. ?Veremos uma presença mais forte das operadoras de Telecom neste mercado com o tempo?, disse. Mas ele ressaltou que as operadoras de IPTV estão apenas reproduzindo os modelos existentes de TV por assinatura. "Por enquanto, é apenas uma outra forma de entregar o conteúdo".

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