"Choque de Cultura" estreia no Canal Brasil

Uma nova temporada do "Choque de Cultura" estreia no Canal Brasil. A nova leva de 12 episódios, inteiramente dedicada ao cinema nacional, estreia no canal nesta sexta-feira, dia 4 de dezembro, às 21h45 – na mesma data, chega aos serviços de streaming Canais Globo e Globoplay. "Estamos muito contentes de lançar essa temporada. Ela vem para coroar um ano que, apesar de todas as dificuldades, como a pandemia e o isolamento social, tem sido de grande ampliação do alcance do Canal Brasil, que já vinha numa curva crescente de audiência. O 'Choque', junto com algumas outras séries que estamos lançando neste fim de ano, vem coroar esse momento. Sempre admiramos o programa e ele sempre esteve no nosso radar por conta de seu posicionamento e irreverência – e já estava mais do que na hora de uma temporada sobre cinema brasileiro", declarou André Saddy, diretor geral do Canal Brasil, em coletiva de imprensa virtual realizada na tarde desta segunda-feira, 30 de novembro.

"É claro que o contexto da pandemia é péssimo, mas é um bom momento para lançarmos um programa temático de cinema brasileiro. Essa será uma temporada temática e diferente – depois de tantas com tema livre que fizemos na internet, depois na Globo, falando do acervo do 'Temperatura Máxima', agora lançamos algo que tem a ver com o momento atual, em que o cinema mundial está devagar. Essa temporada vai entrar na hora certa", comentou Daniel Furlan, intérprete do personagem Renan de Almeida.

Fenômeno na internet, o "Choque de Cultura" surgiu no YouTube, em 2016, e cresceu de forma viral, no boca a boca e no compartilhamento. Em 2018, em uma nova temporada, seus vídeos semanais já passavam de um milhão de visualizações. Dali, eles foram para a TV Globo, onde ficaram por dois anos. Na nova temporada, Renan de Almeida (Daniel Furlan), Maurílio dos Anjos (Raul Chequer), Rogerinho do Ingá (Caíto Mainier) e Julinho da Van (Leandro Ramos) discutem, sem nenhuma seriedade, a produção nacional, desde clássicos do Cinema Novo, como "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e "Terra em Transe", até filmes mais recentes como "Aquarius" e "Legalize Já", passando ainda por "Sonho de Verão", "Lua de Cristal" e "Trapalhões na Terra dos Monstros".

Sobre a escolha dos filmes, Caíto Mainier comentou: "Optamos por falar sobre filmes que tiveram bom alcance de público e fizeram muito sucesso, como 'Tropa de Elite', 'Cidade de Deus' e 'Central do Brasil'; filmes mais recentes, como 'Bacurau', já que na época estávamos com o programa na Globo e não fizemos nada na internet sobre ele; e filmes em geral que gostamos, mas que as pessoas conhecem, têm na memória". Raul Chequer acrescentou: "Ficamos muito felizes com a escolha desses filmes – apesar de muita coisa boa ter ficado de fora. Quem sabe não fazemos uma segunda temporada com esse mesmo tema?".

Os episódios semanais serão temáticos. Na estreia, "Tropa de Elite", que Renan de Almeida classificou como "o Loucademia de Polícia brasileiro" e "Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro", definido por Maurílio como "tortura policial para toda a família". Na semana seguinte, vão ao ar filmes que têm a música como tema – e os fãs da série sabem que, para o quarteto, "ambiente de música é ambiente de droga". O Cinema Novo é abordado no terceiro episódio e o quarto contempla "O Brasil no Oscar". O quinto programa é dedicado a "Bacurau", filme de Kleber Mendonça Filho que, segundo Rogerinho do Ingá, "é drone e tiro, nem precisava de história".

No oitavo programa, Renan, Maurílio, Rogerinho e Julinho apresentam o "Prêmio Gurgel de Prata", que contempla uma eclética seleção de filmes, que vai de "Xuxa e os Duendes" a "Heleno". E o 11º e o 12º episódios são um compilado de momentos não usados nos programas anteriores.

O grupo concorda que o humor que produz é diferente. Leandro Ramos explicou: "Nós botamos no texto o que achamos engraçado – mas não é um texto que parte de uma coisa de sacanear as pessoas. Não fazemos piada para esculachar ninguém. A gente brinca com todo mundo, principalmente com nós mesmos". Furlan observou: "E são os personagens falando. Nessa temporada, a gente ridiculariza filmes que a gente adora, mas que eles não gostam ou não entendem. São personagens, ou seja, o que é dito ali não é crítica nossa necessariamente, não estamos num stand up dando nossa visão cômica pra todo mundo. Acredito que dê pra todo mundo se divertir nessa linha de pensamento. Mas vez ou outra tem uma opinião nossa. Não somos tão opostos assim".

Produção na pandemia

Ramos afirmou que a temporada foi para "fazer algo novo, mas com a alma da primeira vez": "Já tínhamos na cabeça que seria um processo mais lento, por conta de todos os procedimentos de testagem, higienização e cuidados. Havia todo um impacto para o qual estávamos preparados. É mais lento, mais cuidadoso, a gente ficou mais tenso mesmo. Mas no final deu tudo certo e ninguém se contaminou. O resultado acabou sendo bastante natural".

Chequer completou: "Nós escrevemos o roteiro via Zoom, coisa que antes fazíamos pessoalmente, com todos juntos. Mas deu pra sentir que todos estavam com muita vontade de fazer aquilo, de trabalhar mesmo, de sair da loucura da quarentena. Senti uma vontade de todos os envolvidos de fazer uma temporada que seria diferente, sim, mas muito boa".

Para Mainier, é uma temporada que traz frescor. "É algo novo porque estamos falando de cinema brasileiro, um tema que sempre quisemos abordar com profundidade, tempo, e melhor ainda no momento em que estamos, em que o audiovisual está sendo muito atacado. Tem muita força e energia colocada ali. É o 'Choque' no formato que a gente gosta, mais simples, onde as ideias são nosso carro-chefe, a fala é o que nos move. Quem assistir vai ouvir os personagens na essência deles. E de qualquer forma, toda temporada tem algo diferente, principalmente na evolução dos personagens, que vão se transformando com o tempo", analisou o ator.

Liberdade criativa

"Tanto a Globo quanto agora o Canal Brasil são lugares que deram ampla liberdade para falarmos o que quisermos", disse Mainier. "No Canal Brasil, eles sempre buscaram a autoralidade, é isso que eles querem. No próprio 'Larica Total', que fizemos há alguns anos, nunca tivemos uma vírgula sequer alterada. Penso que, se existe um convite, significa que o canal te conhece e conhece seu trabalho. Sabe sobre o que você quer falar. E nós encontramos essa liberdade. O Canal Brasil tem programas diferentes, diversos. Ali estamos livres para botar nossa arte e fazer o tipo de humor diferente que o 'Choque' faz", concluiu.

Os episódios inéditos de "Choque de Cultura" vão ao ar às sextas, às 21h45, com reprises às segundas, à meia-noite, e também ao longo da programação.

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