DTV, uma aliada ao cinema e à música

As tendências e alternativas que o conteúdo digital abre em termos de negócios foi o tema de Cezar Taurion, da PwC Consulting durante o Fórum SETBusiness, realizado nesta quarta, 31, em São Paulo. Uma das constatações foi que as indústrias cinematográfica e fonográfica serão beneficiadas com a chegada da TV digital.
André Matalon, da EMI/Virgin Brasil, acredita que o produto CD vai acabar e será substituído totalmente pelo comércio de músicas, tanto pela Internet como pela TV digital. O grande benefício seria a redução do índice de pirataria que atinge hoje a indústria fonográfica. O executivo da EMI contou que também que a empresa está começando um novo serviço digital, desta vez para enviar músicas para serem divulgadas pelas emissoras de rádio e TV. ?Todos sabem que o MP3 não é o melhor amigo desta indústria?, diz Matalon, acrescentando que através de uma parceria com a Microsoft está sendo desenvolvido um serviço que envia as músicas no formato de streaming WMA. Este formato ?ocupa apenas um terço do arquivo de MP3 e ainda se consegue ter o controle de quem vai abri-lo?, completa.
Já a indústria cinematográfica ganha, na TV digital, uma nova janela para exibir o conteúdo de alta definição criado hoje para o cinema. Durante o Fórum SETBusiness, Roberto D?Avila, da TeleImage, mostrou que o momento é de ?criar mercado para nossos próprios conteúdos?. Atualmente, a TeleImage produz filmes digitais que são exibidos nas três salas digitais existentes no País (no mundo inteiro, são 117, mas apenas as brasileiras funcionam direto com produto digital, as demais são experimentais). Enquanto anunciava a abertura da quarta sala no Brasil, neste mês de agosto, D?Avila mostrava a possibilidade de se agregar outros conteúdos, como shows, educação e treinamento à distância, teleconferências etc para serem exibidos nesses cinemas. O executivo citou a fechada entre a TeleImage, EMI e DirecTV para a realização de shows para a exibição nas salas digitais.

Conteúdo versus meio

Roberto Franco, diretor do SBT e da SET, disse que o conteúdo digital e interativo apenas vai atender demandas reprimidas e anseios que o consumidor já tinha. ?Não é criar mercado!?, falou categoricamente. Para ele, antigamente o conteúdo se confundia com o meio, mas hoje qualquer meio pode ter qualquer conteúdo. ?Todo conteúdo é multimídia. O que muda é a linguagem.? Ou seja, cada meio deve explorar o máximo de suas características para chegar de forma acertada ao usuário. A TV digital e interativa melhora a qualidade de imagem, tem a possibilidade de se interagir melhor e permite ao telespectador poder escolher dentro de um leque maior de oferta. De acordo com o executivo, o modelo de negócio deve primeiro ter as aplicações definidas; depois deve-se saber qual é o valor que o usuário está disposto a pagar, para então definir qual é o meio para atingi-lo.

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