Cenário de disrupção implica riscos, mas ninguém pode ficar parado, diz Pecegueiro

Alberto Pecegueiro, diretor geral da Globosat

Para definir o atual momento dos grupos de mídia, Alberto Pecegueiro, diretor geral da Globosat, usou uma metáfora de um salto em queda livre, sem paraquedas, mas que conta com uma rede de segurança na aterrissagem. O executivo participou nesta quarta, 31, do PAYTV Forum, evento realizado pelas publicações TELETIME e TELA VIVA, onde falou sobre o posicionamento recém-adotado pelo grupo e seus próximos passos da indústria.

"Nós, dos grupos de mídia, somos empresas altamente qualificadas, com capacidade de execução comprovada e munidas de recursos e experiências mas, diante dessas mudanças e desse cenário de disrupção, estamos todos sendo forçados a nos jogarmos torcendo para que, lá no final, a coisa dê certo. Temos planos e ideias, mas os riscos envolvidos não são pequenos.", declarou o executivo. Apesar da situação aparentemente tensa, ele lembra que todas as grandes empresas do setor, nacionais e internacionais, estão se movimentando, e cita como exemplo a Netflix, investindo cada vez mais em conteúdos originais; a Disney, que realizou a compra da Fox; e o plano de fusão da AT&T. E, ainda em oposição ao cenário que à primeira vista é assustador, Pecegueiro acrescentou que, para a Globosat, 2019 é o ano de maiores picos de audiência. "A TV linear tem se apoiado no conteúdo que tem mais valor. É o caso dos eventos no momento em que eles acontecem, como reality show, competições esportivas e acontecimentos de caráter jornalístico.", exemplifica.

Pecegueiro reforça que a Globosat, e o grupo Globo como um todo, sempre procuraram fazer a TV como negócio crescer: "Não medimos esforços de lançamento de conteúdo, programação em 4K, novos apps. Tudo isso foi mirando o crescimento da TV paga. Não gostaria de desmerecer outras programadoras, mas nós fomos extremamente comprometidos com esse negócio e mantemos esse comprometimento".

Mas, voltando a abordar o atual momento do mercado, o executivo é categórico: "Não podemos ficar amarrados ao tradicional sem perseguir as novas oportunidades que a tecnologia abre. O segredo está em como coordenar esses esforços. As ameaças e os riscos, hoje, são iguais para todo mundo. O que o grupo está fazendo hoje é tentar, por meio da agregação de suas empresas, ganhar mais eficiência e competitividade diante das ações dos velhos 'dinossauros' desse meio".

Nesse sentido, ele retoma a mudança anunciada pela Globo em relação ao posicionamento estratégico do grupo, que passou a se definir como uma media tech company. "Empresas de tecnologia começaram a produzir, programar e distribuir conteúdo, enquanto empresas de mídia passaram a investir em tecnologia como meio de suporte para o que já faziam. Por isso, algumas empresas evoluíram e se tornaram media tech companies, como Amazon, Disney, Google, Facebook e a própria Globo. Dentro dessas companhias, a tecnologia está relacionada com todas as áreas da empresa, que fica mais inteligente e competitiva", diz. "Estamos engajados e discutindo constantemente os próximos passos. Sempre preferimos a via do trabalho em conjunto, em busca de uma solução agregadora, do que o conflito", conclui.

Pirataria

Pecegueiro afirma que atualmente, sua maior preocupação, na verdade, está relacionada à pirataria: "Existem pelo menos 20 apps de live pay TV sendo oferecidos na própria Apple Store. Não sei como as operadoras ainda conseguem vender assinatura de TV. A Apple consegue controlar o conteúdo adulto, por exemplo, mas ainda não tem controle sobre essa pirataria toda.".

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui