A ABTA, através de seu comitê de marketing publicitário, reuniu nesta quinta-feira, 31, em São Paulo, cerca de cem profissionais de agências de publicidade para discutir o setor no evento ?Quem Paga Para Ver?. Participaram dos debates diretores de mídia de algumas das principais agências de publicidade do país: Adriana Scalabrin (Ogilvy), Ana Lúcia Balerone (Leo Burnett), Ângelo Franzão (McCann-Erickson), Daniel Barbará (DPZ), Paulo Camossa (Almap/BBDO) e Paulo Gregoraci (W/Brasil), que viram apresentação de trailers dos principais canais presentes no mercado nacional.
Entre as discussões do debate, destaque para a opinião de Daniel Barbará, para quem a TV paga vem crescendo como mídia por conta da popularização das redes abertas: ?a TV paga cresce porque a TV aberta tomou a linha de manter o compromisso a qualquer custo com a audiência. É nítido que a TV paga vem suprindo a falta de qualidade que a TV aberta tem. A sua eficiência (da TV paga) é porque ela vai tomando espaço na faixa A e B, que a TV aberta vai perdendo?. Ainda de acordo com Barbará, há o alento na TV aberta de que ?os programas ícones do processo popular estão saindo do ar?.
?A TV por assinatura é a Suíça aqui dentro?, afirmou Ângelo Franzão, relacionando os atuais 4,2 milhões de domicílios assinantes e a proximidade de em breve se atingir um público de até 20 milhões de pessoas de maior poder aquisitivo. Para Paulo Camossi, da Almap/BBDO, a excelência da TV paga não está nos índices de audiência, e sim na adequação do seu público.
Cuidados
Ana Lúcia Baleroni chamou atenção ao destacar que o setor necessita tomar certos cuidados. Um deles seria com a quantidade de breakes longos e ?chatos?, que estimulariam o zapping de canais, e também com o excesso de breakes pan-regionais. Outro ponto a se prestar atenção, de acordo com a publicitária, é a questão da digitalização da TV aberta: ?com a TV digital aberta, que poderá multiplicar os atuais canais, haverá mais opções e isto é uma coisa que tem de ser pensada, pois pode vir a estagnar o mercado de assinantes?.
Sobre a importância do conteúdo nacional na programação dos canais da TV por assinatura, houve uma voz discordante. Adriana Scalabrin afirmou que a localização da programação não é tão significativa assim para o anunciante: ?principalmente na programação voltada para o público jovem e crianças; fora a questão do idioma, estes públicos não têm a percepção sobre a origem da programação?.