Enquanto no Japão mostra um amadurecimento no mercado móvel, a Coreia do Sul aponta como o novo mercado de ponta asiático. O país conta com 26 milhões de acessos LTE, o que significa uma penetração atual de 51%. O diretor da operadora sul-coreana KT Network, Yung-Ha Ji, comemora que a empresa responde por 6,7 milhões dessa base 4G. E novas tecnologias ainda estão sendo implantadas: o LTE-Advanced terá mais cinco capitais em 2014 e chegará a 99% de cobertura na população. "As frequências que usamos são de 1,8 GHz, 2 GHz e 2.8 GHz. Para fazer a agregação de portadora, é preciso muita banda", detalha ele durante o Ericsson Business Innovation Forum nesta quinta, 31. A empresa ainda testa o TDD-LTE com 3,4 GHz. "TDD-LTE tem um futuro brilhante, então acredito que governos e agências deveriam alocar mais de 100 MHz de banda", afirma.
A empresa conta com handover automático para reduzir tráfego do serviço de vídeos olleh TV, o que garante reduzir tráfego em 80%. Além disso, possui o que Ji chama de primeira solução de IPTV baseada em web, isto é, over-the-top. A plataforma foi criada usando a linguagem HTML5, o que a torna compatível inclusive com dispositivos móveis equipados com iOS e Android. Outro serviço OTT foi lançado dia 14 de outubro, o LTE Broadcast, que permite otimizar a transmissão em vídeo on-demand ao armazenar em cache o mesmo conteúdo para diferentes usuários. "A KT já utiliza a primeira rede LTE do mundo a usar a virtualização e tecnologia em cloud com acesso coordenado multiponto (CoMP)", explica Yung-Ha Ji.
Bem mais escasso
Entre os próximos passos, segundo o vice-presidente sênior, CTO e diretor da fundação de tecnologia da Ericsson, Ulf Ewaldsson, está a implantação da tecnologia de múltiplos inputs e outputs (MIMO) na quarta geração. "Um dos recursos mais escassos do mundo será a frequência, mais do que o petróleo. Passando por essa lógica, o MIMO-LTE ficará comercialmente disponível", declarou. "Será um esforço econômico, mas vai acontecer", disse.
Ewaldsson explica que é preciso combinar frequências e portadoras também. "Estamos acabando com frequências, precisamos combiná-las, precisamos de agregadores de portadoras", reforçou o executivo sueco.
Para lidar com tudo isso, a Ericsson aposta no conceito de redes heterogêneas (HetNet) e nas redes definidas por software (SDN). "Mobilidade é baseada em cobertura e capacidade. Estamos migrando para novas soluções", justifica Ewaldsson. "A transformação da rede já começou para que possamos mostrar ao mundo que investir em rede será compensável."
Na visão do vice-presidente de estratégias tech da Ericsson, Eric Ekkuden, a adoção de SDN não será rápida. "Não vai acontecer da noite para o dia. Vai levar muitos anos, mas, na maioria dos casos, estamos tomando os primeiros passos", declara. "Pode dar oportunidade de as operadoras alcançarem mais usuários, ganhando Opex (e Capex também).