Google identifica humanização do machine learning como tendência no segmento de inteligência artificial

Caio Franchi e Felipe Morales representaram a The Zoo, área criativa do Google, durante painel sobre Inteligência Artificial no Whext 2018, festival de publicidade e inovação que teve início nesta terça, 30/10, em São Paulo. O braço da empresa atua como frente de pesquisa e desenvolvimento que visa encontrar abordagens criativas, insights e formas de humanizar as tecnologias que estão em pauta no mercado.

A ideia da abertura de uma área interna teve como objetivo principal internalizar o processo para produções que as agências, muitas vezes, não têm tempo de desenvolver. "Levamos aos clientes o material já digerido.", explica Morales. Um exemplo é o "Look For Me", ação criada visando especialmente os deficientes visuais. A tecnologia em questão é composta por óculos escuros inteligentes que descrevem roupas, permitindo assim que essas pessoas tenham autonomia na hora da compra. Uma vez pronto o mecanismo, ele pode ser usado por marcas e agências para outras áreas, já que funciona descrevendo qualquer tipo de imagem.

A partir daí, a dupla detalha como funciona o chamado "machine learning", isto é, técnica de inteligência artificial que ensina as máquinas por meio de exemplos. Na prática, a técnica parte dos dados, gravados por algoritmos; parte para os padrões, que a máquina entende e identifica; e termina em aplicações, ou seja, criação e transferência de estilo de escrita, fala, vídeo ou imagem. No case do "Look For Me", os dados seriam a descrição das roupas, que a máquina entende como padrões, e a aplicação é representada pelos óculos. "A inteligência artificial age fazendo uma inferência do futuro.", define Morales. "Não se trata de uma previsão de futuro, e sim uma tentativa de inferir o mesmo estabelecida com base em padrões. É tipo o que o Waze e o Google Photos fazem atualmente.", completa.

Para os dois representantes do Google, a maior tendência do setor é a humanização do machine learning, ou seja, usar a tecnologia de forma a resolver demandas reais das pessoas de forma natural – o que eles fizeram no case do "Look for Me". A partir da informação de que os termos mais buscados no site são relacionados a "como fazer…" inspirado em algum expert, por exemplo, "como dançar como Anitta", a tecnologia já trabalha com uma camada de complexidade e até profundidade. "Vemos a inteligência artificial como potencializadora da criatividade humana. Para nós, o humano somado à inteligência artificial resulta em uma criatividade aumentada. O próximo passo agora é levar esse insight para agências, o que já estamos fazendo, e futuramente para o mercado de forma geral.", finaliza Franchi.

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