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Cases de sucesso do licenciamento nacional não vieram da TV ou do cinema

Primeiro canal do YouTube nacional a atingir um bilhão de seguidores é só um dos marcos que a “Galinha Pintadinha” alcançou. Quando foi lançada na plataforma em meados de 2006 e 2007, a personagem chegou aos 500 mil views em apenas seis meses no ar – um número que, se hoje é considerado alto, na época era ainda mais surpreendente. Do canal de vídeos, a galinha virou DVD e, em seguida, uma pelúcia feita por conta própria por seus produtores. Hoje, a propriedade é muito mais do que um produto audiovisual: é uma marca. São inúmeros itens licenciados e um dos cases mais bem sucedidos do país.

Com um catálogo de produtos feitos pela Redibra que está em constante atualização, com trocas de itens e diversos lançamentos, a “Galinha” está em toda a parte. Além das vitrines das lojas de brinquedos, roupas e papelaria, entre outras, a personagem tem contato direto com seu público por meio de eventos, inserções em shoppings, “meet and greet” e shows ao vivo, marcando assim presença por todo o Brasil – e pelo mundo, uma vez que a propriedade chegou à feira de licenciamento de Las Vegas e teve seus vídeos dublados em outros seis idiomas.

Mas o que mais chama atenção nessa história é que, ao contrário dos outros sucessos de licenciamento atuais no país, como “Lady Bug” e “D.P.A. – Detetives do Prédio Azul”, por exemplo, a “Galinha” não veio da mídia tradicional, como a TV ou o cinema. “Por sermos uma propriedade que nasceu e cresceu no digital, muitas empresas não acreditavam na gente no início. Elas estavam atrás da ‘marca do ano’ e apostavam que o sucesso da ‘Galinha’ era passageiro.”, contou Miguel Moreira, da Bromélia Produções. Moreira revelou que o grande fator que fomentou a entrada da personagem no mercado de licenciados foi o contrato com a Som Livre, assinado por volta de 2012, para o lançamento do CD com as músicas da “Galinha Pintadinha”.

Outro case semelhante é o dos personagens “Patati Patatá”. Ainda mais “fora da curva” do que a “Galinha”, o trabalho aqui começou no “corpo a corpo” em 1984, quando a dupla de palhaços percorria escolas do país fazendo shows. A partir daí, o caminho se seguiu por venda de fotos autografadas, depois VHS, DVDs, bonecos “agarradinhos” e etc. “É um modelo de negócio bem diferente, que nasceu no físico e só então migrou para o digital.”, explicou Igor Faria, da Rinaldi Produções. O tempo passou e o “Patati Patatá” virou canal de YouTube, programa na TV aberta (SBT) e fechada (Discovery Kids) e “Circo Show”, até chegar, claro, no licenciamento de produtos.

“Para ter sucesso nesse meio é preciso conhecer a fundo sua marca. Por exemplo: entendemos que o que mais tinha retorno em relação ao ‘Patati Patatá’ eram as músicas. Por isso, investimos em videoclipes e live shows. No último ano, lançamos a faixa ‘Amar É’ com o cantor Thiaguinho e resultado foi estrondoso. No YouTube, são nove milhões de visualizações e, nas rádios, foi o primeiro single de artista infantil reproduzido no século XXI.”, disse Faria. Outro exemplo é em relação às festas infantis. Igor contou que, nas buscas pela hashtag do “Patati Patatá” no Instagram, a cada dez fotos, quatro eram dos personagens como tema de festas de aniversário. Por isso, a marca intensificou os investimentos nos produtos para esse mercado.

Com mais de 1300 produtos licenciados no mercado e uma série deles já premiados, a marca do “Patati Patatá”, de acordo com Faria, coleciona uma série de vantagens por ser uma marca brasileira no setor, assim como a “Galinha Pintadinha”. São elas: velocidade no desenvolvimento e aprovação de produtos; maior entendimento do mercado brasileiro e suas tendências; ações presenciais com a marca, artista ou personagem; e proximidade com os licenciados e o varejo. Mas também existem desvantagens. “Enxergo duas. Uma de fora para dentro e outra de dentro pra fora. A primeira diz respeito à discrepância de investimentos, que fora do país são muito maiores. A outra tem a ver com a nossa própria cultura de exaltar o que vem de fora e não acreditar no que é nosso. O brasileiro não acredita na sua marca, seja o público, o varejo e os fabricantes. O desafio é se posicionar como uma marca clássica e duradoura.”, pontuou. Moreira complementou: “Temos que estar sempre produzindo conteúdos, novidades, temporadas inéditas. Tudo para fazer com que acreditem no potencial da marca. É um trabalho mais árduo em relação ao que é feito nos outros países.”. Ambos ainda concordaram que a melhor estratégia é buscar parceiros de negócios que realmente “comprem a causa” e que cuidem dessa propriedade com atenção e dedicação.

Por fim, Igor declarou: “O licenciamento é um trabalho de formiguinha. É como uma plantação, que precisa ser regada todos os dias, inclusive após de dar frutos, lembrando ainda que estes demoram a aparecer. É uma construção a longo prazo.”.

O painel “Licenciamento de produtos: explore sua marca e seus personagens” aconteceu nessa sexta-feira, 31 de agosto, durante as programações do Minas Gerais Audiovisual Expo, em Belo Horizonte.

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