Os milhões de novos assinantes que chegaram à TV por assinatura e a necessidade de explicar-lhes o próprio conteúdo tem modificado a conduta dos executivos de programação dos canais. Esse foi um assunto dominante no painel sobre tendências de programação, que aconteceu na tarde de quarta-feira, 1º, e que envolveu profissionais dos canais Globonews, Discovery, Viacom e também da operadora Net Serviços.
Sob mediação da colunista de TV de O Estado de S. Paulo, Cristina Padiglione, os executivos expuseram seus próprios cases, relatando as experiências recentes nos canais. Luiz Cláudio c. Latgé, diretor de jornalismo da Globonews e G1, explicou que hoje nada menos do que a metade da audiência do canal tem uma carga de novidade. “É necessário ter um reforço na reapresentação do canal, sendo preciso revalidar conceitos para torná-los conhecidos para o novo público”, que segundo ele advém das classes C e B-.
Para Fernando Magalhães, diretor de programação da Net Serviços, como a tendência dos canais foi partir por uma linha de programação mais generalista, passou-se a contar com novas plataformas no mercado para conteúdos específicos sob demanda. Em um ano desde que estreou, o Now, serviço de VOD da Net, conta com forte adesão. Magalhães lamenta ainda não haver aferição independente de audiência desta plataforma para comprovar o sucesso, que é medido pela própria Net. O Now passou recentemente a também atingir clientes de pacotes mais básicos.
Jimmy Leroy, da Viacom, considera que a própria TV aberta está sofisticando sua grade, “aproximando-se da TV a cabo”, e ele hoje vê um canal como Nickelodeon com características de grade similar à das emissoras broadcasting.
Ainda, o diretor de programação da Discovery, André Rossi, esclareceu que a mudança recente do canal Liv, que foi substituído pelo novo ID – Investigação Discovery, gerou grande expectativa de evolução positiva na sua audiência. O canal trata de temas ligados a suspense sob a perspectiva do entretenimento.