Presidente da CCT do Senado vê "perigo" na regulação da mídia

O presidente eleito da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado, Cristovam Buarque (PDT-DF), disse que considera muito temerosa a proposta de regulamentação da mídia, como defende o governo. "A gente começa a fazer umas regulamentações até corretas para evitar excessos, mas depois vem a tentação de dar um passo a mais e de repente a mídia termina controlada completamente", disse, na primeira entrevista no cargo, nesta terça-feira (3).

No caso das concessões públicas de TV e rádio, Cristovam afirma que a regulação é necessária, mas perigosa. "Então, às vezes, é melhor você não se submeter ao necessário para não cair no erro posterior. É um passo que muito rapidamente você perde o controle e passa a censurar conteúdo", avaliou.

Sobre a posse de emissoras por parlamentares, o senador disse que esses não têm que ter concessão, "está proibido, quando isso acontece é caixa dois. Isso fere a democracia. Isso tem que ser coibido na regulação do exercício da cidadania. Tem que se usar os meios necessários para apontar quem engana a lei", disparou.

Cristovam também rechaçou qualquer iniciativa de se regulamentar a mídia na Internet. "Nesse caso não é só medo, aí eu acho que é impossível de se conseguir. Nós entramos no mundo em que as informações se espalham de tal maneira que é difícil de controlar. Criou-se uma liberdade nas mídias eletrônicas, que dificilmente se controla, inclusive tecnicamente", salientou.

Banda larga

Sobre a banda larga, Cristovam disse que dará continuidade ao debate que já vinha acontecendo na comissão. Porém, sem preconceito nesse debate, seja com relação ao exterior ou com o setor privado. "Temos que acabar com todos os preconceitos e ver o que é melhor para o Brasil", disse.

E ressaltou que dará todo o apoio ao programa do governo de Banda Larga para Todos. "Hoje todo o mundo não tem que ter água? Não tem que ter luz? Tem que ter banda larga no computador. Faz parte hoje das necessidades da pessoa", afirmou.

Competitividade

Apesar do apoio às ações visando o avanço das conexões de Internet no Brasil, Cristovam deixou claro que seu mandato à frente da CCT dará ênfase especial para inovação e competitividade. "A competitividade é um ponto que amarra o País no cenário internacional. Nós temos muito a fazer, transformar o País competitivo nas áreas de ciência e tecnologia", ressaltou.

Para isso, o senador entende que é preciso trabalhar em conjunto com outras comissões, especialmente a de Educação. "Sem educação não há tecnologia, não há inovação nem competitividade. Temos que trabalhar em conjunto também com a comissão de economia. Ciência e tecnologia, apesar de estar presente em todas as áreas, como saúde, tem muito a ver com economia", afirmou.

O objetivo do novo presidente é colocar os Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação e de Educação, universidades e o setor privado e discutir uma maneira de se construir um sistema nacional de conhecimento e da inovação, como propôs há 2 ou 3 anos. "Nós não temos um sistema desses. A universidade e a educação de base abandonados, o setor privado que não gosta de produzir inovação, embora goste da inovação no equipamento que produz. O Brasil é um dos maiores produtores de automóveis, mas não tem um modelo criado aqui, são todos cópias. Nós temos que fazer do País um criador de produtos e não que produz cópias", completou.

11 COMENTÁRIOS

  1. De onde menos se espera é que vem o ato de submissão ao capital e ao poder econômico.Parabéns senador Cristóvam, por mais um comentário que desautoriza pensarmos ter uma melhora em nossos corrompidos meios de comunicação.Passo a perceber à qual grupo seus interesses se manifestam.É com certa perplexidade que vejo pessoas dadas a busca de uma democracia atuante, se entregarem a vil bajulação de nossas elites e seus transmissores do atraso.

  2. esse cara aí, perdeu toda a minha admiração quando apoiou o aécioporto para presidente. Ele só não me engana. Ele não conseguiu enganar a todos a todo o tempo. Apodreceu ou já era podre.

  3. O Deputado Cristovam Buarque (PDT-DF), após sua saída do Ministério da Educação, deixou aflorar o mesmo ódio que assola a direita raivosa e conservadora do Brasil, contra o PT. Essa declaração contrária à regulamentação da mídia, é mais uma vingança de menino mimado contra o Governo, pois, ele sabe muito bem que essa proposta nada mais é do regulamentar o Capítulo da Constituição Federal que trata da Comunicação Social. Se o grande Brizola fosse vivo, certamente, o Deputado ganharia uma boa reprimenda do velho e saudoso governador. Que falta faz esse cidadão…!

  4. É muito lamentável uma declaração desta índole. Acho que o Senador C.Buarque não está pensando com o coração de um brasileiro autêntico. Ou será que ele está fascinado com a sua nova atribuição política e esqueceu-se da ética e amor ao país? Que pena! O saudoso BRIZOLA deve estar muito triste no seu túmulo. Se sentirá como nós que amamos o Brasil!

  5. Alguém sensato deve buscar uma forma de conversar com o senador C.Buarque para que reconsidere seu ponto de vista para evitar que o povo passe a considerá-lo desinformado e alienado também!

  6. Pelos comentários notamos que ateh aqui os petistas estao aparecendo pra encher. A pessoa tem de ser muito inocente pra achar que tal regulação será positiva

  7. Cara opinando com "bajulação de nossas elites" já sabemos que votou no PT.

    Aí eu pergunto: que TANTO vocês do PT querem regular a mídia? Seria uma forma de "se falar mal de mim, fecho tua emissora"?

    E tanto falam de 'democratização'. Tá… vocês querem então que tenhamos mais canais com pastores, como vem ocorrendo com frequência? Bastam passar pelos canais IdealTV, CNT, RBI para ver o que acontece quando se entrega um canal para 'grupos alternativos'.

    É isso que vocês querem, ou querem transformar o Brasil de vez numa Venezuela? Impressionante como esse papinho batido de 'nossas elites' continua enchendo nossa paciência! Sinal que vocês estão aplaudindo todos os roubos promovidos principalmente pelo Lula.

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