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Canal Brasil estreia a série inédita “Dates, Likes e Ladrilhos”

Nesta segunda-feira, dia 3 de outubro, às 21h30, estreia no Canal Brasil a série inédita “Dates, Likes e Ladrilhos”. A produção traz a história de uma mulher, interpretada por Camila Lucciola, que tenta manter a sanidade e encontrar um amor sem sair de casa durante a pandemia do Covid-19. Filmada durante o isolamento social, a atração traz no elenco com nomes como Marcelo Faria, Caco Ciocler e Fabíula Nascimento, entre outros. A série foi criada e escrita por Camila Lucciola e Juliana Frank e dirigida por Fabiana Winits. 

“Comecei a escrever essa série no meio de 2020, a partir de uma vontade minha de querer abrir essa frente como roteirista. Fiz algumas aulas e uma mentoria de roteiro com a Juliana Frank, que é coautora do projeto. Ela é uma roteirista sensacional. Já tínhamos trabalhado juntas em 2017, quando estive em cartaz com a peça ‘Por isso fui embora’, que ela escreveu com a Renata Corrêa. Eu queria escrever logo, estava com várias ideias. Tinha alguns nortes, como filmar sozinha e convidar amigos para participarem de forma virtual. Foram algumas condições. Eu e ela fomos escrevendo juntas e nos completando. Depois, veio a Fabiana Winits, que convidei para dirigir, e Leandro Pagliaro, que ela chamou para assumir a direção de fotografia”, contou Camila Lucciola, criadora, autora e atriz principal, em entrevista exclusiva para TELA VIVA. 

Camila comentou ainda que, quando o projeto foi rodado, lá em 2020, não tinha nenhuma janela de exibição confirmada: “Não tinha noção, fizemos sem grandes pretensões mesmo. Achei que seria algo de rede social mesmo, mas gostamos muito do resultado e queríamos que ele saísse do celular e chegasse a mais pessoas”. 

Assista ao trailer:

Equipe de mulheres 

Os principais cargos da equipe da série são ocupados por mulheres – criação, roteiro, direção, produção, elenco. “Acho que isso faz absoluta diferença no resultado final”, pontua Camila. “Essa realização se deve muito a isso. Onde tem mulher, é sempre melhor, e digo isso sem demagogia. A gente está nesse lugar que estamos nas artes, no Governo, no país porque faltam mulheres em cargos de liderança e realizando. Mas entendo que a gente vem de um sistema em que as mulheres não foram criadas para serem donas, e sim para se submeterem. Tenho buscado cada vez mais trabalhar com mulheres. O que eu puder fazer com mulheres eu vou fazer, é uma questão de escolha. Passou da hora de pegarmos as rédeas dos nossos projetos e trabalharmos com mulheres. Precisamos dar voz às nossas angústias, medos, questões”, completou. Além dos cargos já citados, ela destacou ainda a consultoria de produção de Gabriela Figueiredo. 

E falando sobre essa ótica feminina, Camila reforça que a pandemia acabou sendo um período muito mais cruel para as mulheres: “Tudo é mais cruel para as mulheres. Ficamos absolutamente sobrecarregadas, acumulando o trabalho doméstico, que é uma infelicidade que herdamos. Na pandemia, isso ficou gritante, esse lugar de ocupação injusto que a mulher exerce. Fora a violência doméstica, que dados comprovam que aumentou muito também. O feminicídio, as agressões. As mulheres tiveram que ficar trancadas dentro de casa com seus agressores. É uma pena que tudo o que aconteça de ruim seja ainda pior para a mulher”. 

Pandemia e questionamentos 

“Dates, Likes e Ladrilhos” fala sobre a busca pelo amor ideal – mas sem cair num lugar muito óbvio e simplista, porque não é. “A série fala disso de um viés interessante, que é a busca pela completude. Na pandemia, ficamos muito vendidos nesse lugar. A solidão foi um pano de fundo muito forte. No contexto do confinamento obrigatório, a personagem tenta buscar companhia fora de casa por meio das redes sociais e dos aplicativos. Quero questionar que urgência é essa, que lugar é esse”, analisa a criadora. “Tem muito de mim ali, das minhas inquietações emocionais. A personagem é baiana, como eu, o meu sotaque aparece bastante. Ela é solar, vive aquela angústia do confinamento mas fica bem sozinha. Se preenche das suas ocupações, e isso tem muito a ver comigo. O confinamento não foi difícil pra mim nesse lugar, eu aprendi a ser só. Quem me conhece bem vai me identificar em diversos momentos, principalmente nos detalhes de dia a dia, no jeito de levar a vida”. 

Por fim, Camila afirma que a série se passa na pandemia, mas esse não é o ponto central. “A gente estava vivendo essa loucura, tristeza, vendo o número de mortes aumentando. Eu não quis falar sobre isso. Como a história se passa dentro de casa, você não vê muito da pandemia, isto é, a rotina nas ruas, as pessoas de máscara, o distanciamento. Tem um momento em que você até esquece. A intenção foi mostrar mesmo esse lugar da procura, da dificuldade que existe em ficar sozinho e se bastar – e isso ficou muito evidente na pandemia. A ligação entre esse período e a série está nesse lugar, que questiona por que é tão difícil a gente se fazer companhia, se ouvir e se conhecer. É sobre uma busca por uma coisa que vem de fora, mas que não está do lado de fora. A gente não precisa estar eternamente buscando no outro o que falta na gente porque no fim, talvez não falte nada”. 

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