Publicidade
Início Newsletter (Tela Viva) Conne publica manifesto a favor de um audiovisual efetivamente brasileiro 

Conne publica manifesto a favor de um audiovisual efetivamente brasileiro 

(Foto: Pixabay)

A Conne – Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte e Nordeste divulgou nesta segunda-feira, dia 8 de maio, o manifesto “Diversidade: O Joio e o Trigo”, no qual defendem um audiovisual “efetivamente brasileiro”. No texto, eles contextualizam que mesmo diante de todas as ameaças à democracia no mundo nos últimos anos, a ideia da diversidade, como valor universal e central de uma sociedade democrática, seguiu ganhando força. Mas no audiovisual, os editais do Fundo Setorial do Audiovisual lançados pela Ancine deixam clara a visão da parte dos agentes de mercado que efetivamente se beneficiará dos recursos públicos por ela disponibilizados: para a diretoria colegiada da CONNE, eles não acreditam em diversidade em nenhum sentido. 

“Em causa própria, desejam um mercado audiovisual cada vez mais concentrado em poucas empresas e regido por cinco ou seis CEOs homens, brancos e sudestinos. Enquanto utilizam recursos públicos, seguem repetindo a falácia de que geram lucro e retorno ao ecossistema de fomento à produção.  Essa visão encontrou expressão cristalina e sem modos no recente ataque digital desferido contra uma das produtoras de fora do eixo Rio-São Paulo indicadas pela Ancine para a composição de sua Câmara Técnica de Produção. Em um debate online no âmbito dessa Câmara Técnica, diante do questionamento aos critérios dos editais de cinema recém-lançados, o CEO de uma grande distribuidora integrante da mesma Câmara Técnica, não podendo dizer com todas as palavras que acha legítimos esses editais concentradores e que darão expressão a poucas vozes, partiu para a arrogância e o ataque pessoal, utilizando sua posição de protagonismo e pressão empresarial numa clara tentativa de silenciamento de uma voz dissonante. Isso levou essa profissional, para se preservar em termos éticos e empresariais, a sair do grupo de debates e da Câmara, que deveria ser representativa e acolher toda a diversidade de pontos de vista e opinião da produção nacional”, escrevem no manifesto. 

A CONNE ressalta que ninguém quer o fim das grandes empresas do setor – elas são elos fundamentais da cadeia produtiva. “A continuidade e o acentuamento da concentração econômica e geográfica, entretanto, não são benéficos e contrariam princípios econômicos e civilizatórios básicos. E é hipócrita fazer discurso em defesa da diversidade, enquanto se trabalha pela concentração econômica. Queremos mais agentes se beneficiando das políticas e dos recursos públicos para o audiovisual, para que mais vozes e mais narrativas possam ter espaço e ganhar vida. O audiovisual depende dessas novas vozes e da diversidade crescente de narrativas para continuar existindo, pois a reinvenção e a inovação são sua própria razão de ser”, argumentam. 

Por fim, o texto enfatiza que a CONNE não defende privilégios para as produtoras e profissionais do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste, e sim um audiovisual verdadeiramente nacional, inclusivo, diverso, com espaço para empresas de todos os tamanhos, de todos os perfis e de todos os lugares – “uma visão que deveria ser defendida por todos os agentes que acreditam no progresso, e não apenas na manutenção do status quo”. 

O grupo afirma que “é preciso de forma urgente revisar os critérios de utilização dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual e iniciar a estruturação de uma política pública efetivamente ancorada na ideia de diversidade”. 

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile