AMC tem planos de ampliar presença no Brasil; para CEO, novas plataformas mudarão conteúdos

Josh Sapan, presidente e CEO da AMC Networks, que congrega canais como o AMC, IFC, Sundance Channel e outros, confirma o interesse de ampliar a presença de seus canais na América Latina, especialmente no Brasil. "Não podemos ignorar um mercado como o brasileiro, com 18 milhões de assinantes, ainda que nossos conteúdos já estejam sendo distribuídos no Brasil", diz ele. Ele diz que hoje os canais da AMC já estão disponíveis em alguns países da América Latina e que há planos de levar suas principais marcas ao Brasil em breve. A AMC adquiriu no ano passado a Chellomedia, numa transação de US$ 1 bilhão concluída no começo desse ano, o que, por tabela, dá ao grupo AMC Networks distribuição inclusive no Brasil, por meio dos canais MGM e MGM HD, mas a estratégia vai além desses dois canais. A AMC é a responsável pela produção de séries de grande sucesso, como Mad Men e Walking Dead que hoje estão pulverizadas em vários canais de outros grupos.

Em apresentação durante o Cable Congress, 2014, congresso dos operadores de cabo europeus, que acontece esta semana em Amsterdã, Sapan disse que a tendência em todo o mundo é que os canais pagos ocupem o espaço que antes era da TV aberta em termos de audiência, como aconteceu nos EUA. "Nos últimos 20 anos, a audiência dos canais pagos passou e é duas vezes maior do que a audiência das redes tradicionais"

Mas ele lembrou que hoje existe uma geração sendo formada por outras tecnologias e novas formas de ver televisão. "Isso terá uma influência gigantesca sobre a forma como os produtores de conteúdo e programadores pensarão os canais no futuro", diz ele. E a prova está na mudança que a TV paga trouxe ao padrão de conteúdo. "Hoje vemos muito mais séries dramáticas, de muito maior densidade e complexidade, do que víamos há 10 ou 20 anos. E isso se deve a uma audiência criada pelo cabo, que passou a demandar esse 'cinema mindset' tão presente nas séries atuais".

Outra mudança que ele observa no mercado norte-americano, onde a TV paga é mais madura, é que a origem dos conteúdos passou a importar menos. "Antigamente, um filme ou série em língua estrangeira era impensável nos EUA. Hoje, já são muitas produções internacionais que fazem sucesso nos EUA e já há pelo menos um caso de grande sucesso de uma série em língua estrangeira (francês), com legenda", diz ele, referindo-se à série The Returned, ou "Les revenants", no original.

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