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Engenheiro de som conecta produtoras do Brasil e do Chile

Um engenheiro de som chileno vem fazendo a ponte entre seu país e o Brasil e demais países da América Latina. Mauricio Castañeda se associou há cerca de dois anos à produtora de som Input, embora já venha trabalhando com a empresa há mais tempo (em séries como “Que talento”, da Disney). Ele é especialista em foley, a criação de sons para filmes, séries e animações. Com mais de 125 produções na carreira, teve um de seus pontos altos no Oscar deste ano, quando o também chileno “Bear Story”, de Gabriel Osorio, levou a estatueta de melhor curta de animação. Castañeda criou toda a ambientação sonora do filme. O prêmio, conta, abriu portas no país e vem permitindo que ele promova o intercâmbio de profissionais.

Castañeda também fará este ano workshops de formação de artistas de foley, em parceria com a Bucareste, centro de formação profissional.
“Não existem cursos disso no Brasil, tudo é aprendido na prática”, conta Alexandre Guerra, da Input. “A vinda do Maurício pra cá foi como um atalho, um aprendizado muito grande em pouco tempo, e ele agora também está ajudando a formar profissionais”, diz.
Castañeda viu pela primeira vez um estúdio de foley quando foi trabalhar na Filmosonido, em Santiago. “Era a primeira instalação feita para foley na América Latina, não era um estúdio de som adaptado”, conta.
A profissão tem um quê de arte, diz ele. “Não basta aprender. Há muitas técnicas para fazer o som de passos, ou o barulho de roupas se esfregando. Mas cada profissional cria uma escola. É como na fotografia. Além do domínio técnico, há o estilo de cada diretor”, conta.
Os efeitos digitais ajudam, diz, mas ainda não substituem as gravações naturais. “Vai chegar lá, mas ainda é meio plástico”. A contradição, conta, é que o bom foley não é percebido. “O ideal é ficar tão natural que ninguém se dê conta. É como o goleiro no futebol, só chama a atenção quando erra”, brinca.
Ele se prepara agora para sonorizar o longa de animação “Bugigangue”, da 44 Toons, para a qual deve trazer um mixador chileno. “Já houve muita ligação entre Brasil e Chile na produção, e isso se perdeu. A Argentina ficou barata por muito tempo e todo o mundo ia produzir lá. Agora que voltaram a ter preços equivalentes aos demais países, as coisas estão se espalhando mais, abriu espaço para trocas entre outros países”, conta.
Com a presença e o prestígio de Castañeda, a Input passou também a oferecer o serviço de foley separadamente, e não só como parte de um pacote maior de edição de som.

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